quinta-feira, 22 de abril de 2010

Trabalho de Investigador, e Outros Fatores




Eu desejava progredir no departamento, e, em 18 de maio de 1962, aconteceu algo terrível que abriu o caminho — dois investigadores de Brooklyn, chamados Fallon e Finnegan, foram mortos numa tabacaria do meu distrito, a apenas alguns quarteirões de onde eu estava naquela hora. Naqueles tempos, os assassinatos de policiais eram incomuns, e investigadores de toda a cidade foram chamados para trabalhar nesse caso.

Na noite dos assassinatos, recebi informações de uma fonte confidencial que me deixaram perplexo — foi-me dito quem era um dos assassinos. Fui imediatamente para a delegacia e comuniquei a informação. Fui designado ali na hora a ajudar nesse caso. Naquela mesma noite, conseguimos determinar que um dos suspeitos estava envolvido nos assassinatos. Mais tarde, foi detido e condenado.

Em resultado do meu trabalho, fui recomendado ao departamento de investigação, e na primavera setentrional de 1963 fiz o curso para investigadores na Academia de Polícia. Depois disso, como era então costumeiro, foi designado ao Esquadrão dos Jovens, uma espécie de esquadrão de investigadores novatos que impõe a lei em locais onde se congregam os jovens, tais como boliches, bilhares e escolas. Mas, desde 1966, fiz trabalho regular como investigador.

Investigar a maioria dos crimes não é nada comparado com o que foi feito no caso do assassinato de Fallon e Finnegan, em que dezenas de investigadores e técnicos especiais concentraram seus esforços. Havendo bem mais de 1.000 crimes graves comunicados diariamente à polícia, simplesmente não há tempo para se investigar cabalmente a maioria dos crimes.

Quando há mais tempo disponível, porém, talvez se faça uma investigação completa. Podem ser procuradas testemunhas do crime, e se faz cabal busca de pistas. As impressões digitais são de extremo valor como evidência dum crime; no entanto, acho que este é um setor em que falham muitos investigadores. Deixam de utilizar os métodos científicos disponíveis para detenção do crime, quer por falta de interesse quer devido a não estarem convictos de seu valor.

Em face da enxurrada de crimes, as investigações se esfacelam — apenas um de cada cinco crimes graves é solvido, e o número real talvez seja bem menor. Em  resultado, a confiança do público na polícia é reduzida. Avolumam-se a frustração e o egoísmo, fazendo com que mais pessoas se voltem para o crime.

Ainda assim, muitos policiais crêem que existe uma razão ainda mais importante pela qual estamos perdendo a luta.

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