segunda-feira, 26 de abril de 2010

Há futuro para o controle de armas?

EM ANOS recentes, governos em todo o mundo discutiram meios de combater o comércio ilegal de armas pequenas. O assunto foi debatido na Assembléia Geral das Nações Unidas. Prepararam-se relatórios, fizeram-se recomendações e adotaram-se resoluções. Os críticos dizem, porém, que não adianta se concentrar apenas no mercado negro porque dessa forma os maiores negociantes de armas — os próprios governos — não são fiscalizados.
De fato, há uma tênue linha divisória entre a venda legal e ilegal de armas. Muitas armas ilegais originalmente foram vendidas por meios legais. É comum que armas inicialmente vendidas para exércitos ou departamentos de polícia sejam roubadas e acabem no mercado negro. Além disso, muitas vezes as armas são revendidas para um segundo dono sem conhecimento ou permissão do vendedor original. Um artigo no periódico Arms Control Today diz: “Especialmente os governos nacionais precisarão, além de apoiar os esforços para acabar com o comércio ilegal de armas leves, examinar seu próprio papel no atual comércio legal de armas.” Muitos têm esperança de que as nações por fim acabem com o comércio de armas pequenas, mas um jornalista comentou essas expectativas: “Visto que os cinco membros permanentes do conselho [de segurança da ONU] sozinhos são responsáveis por mais de 80% do comércio mundial de armas, talvez seja melhor esperarmos sentados.”
Para piorar o problema, é complicado controlar o fluxo de armas pequenas ou leves porque é relativamente fácil produzi-las. Ao passo que apenas cerca de uma dúzia de países fabrica armas complexas (tanques, aviões e navios de guerra), mais de 300 fabricantes em uns 50 países atualmente produzem armas leves. Esse número grande e sempre crescente de fabricantes de armas de fogo não só faz crescer os arsenais nacionais, mas também aumenta a possibilidade de que milícias, grupos revolucionários e organizações criminosas consigam armas.

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