sexta-feira, 23 de abril de 2010

Medo da violência doméstica

Espancar a esposa secretamente é uma crassa injustiça que acontece no mundo todo — e em muitos lugares só recentemente foi reconhecida como crime. Na Índia, um relatório afirmou que “pelo menos 45% das mulheres indianas são esbofeteadas, chutadas ou espancadas pelos maridos”. Maus-tratos no casamento representam um perigo para a saúde global. Com respeito às mulheres entre 15 e 44 anos nos Estados Unidos, o Departamento Federal de Investigações (FBI) relata que mais delas são feridas em resultado da violência doméstica do que por acidentes de carro, assaltos e estupros juntos. Portanto, a violência doméstica é mais séria do que uma discussão ocasional que termina numa troca de tapas. Muitas mulheres vivem com medo de ser feridas e mortas dentro de casa. Uma pesquisa nacional no Canadá mostrou que um terço das mulheres que tinham sofrido violência doméstica haviam temido por suas vidas em alguma ocasião. Nos Estados Unidos, dois pesquisadores concluíram: “O lar é o lugar mais perigoso para as mulheres e geralmente um lugar de crueldade e tortura.”

Por que muitas mulheres ficam presas a tais relacionamentos perigosos? Muitos se perguntam: ‘Por que elas não procuram ajuda? Por que não deixam o marido?’ Na maioria dos casos a resposta é: medo. Tem-se dito que o medo é uma característica marcante da violência doméstica. É comum que os homens que maltratam as esposas as controlem com violência e então as silenciem com ameaças de morte. Mesmo que a esposa vítima de violência crie coragem para procurar ajuda, ela talvez nem sempre a receba. Há uma tendência, até mesmo entre pessoas que abominam outras formas de violência, de banalizar, ignorar ou justificar a violência cometida pelos maridos. Além disso, fora de casa o marido pode parecer agradável. Geralmente os amigos não conseguem acreditar que ele bata na esposa. Desacreditadas e sem ter para onde fugir, muitas esposas maltratadas acham que não têm alternativa senão viver com medo constante.

As mulheres que por fim vão embora podem tornar-se vítimas de outro tipo de assédio: a perseguição obsessiva. Um estudo recente com mais de mil mulheres no Estado de Louisiana, na América do Norte, mostrou que 15% delas relataram ter sido perseguidas. Tente imaginar o medo que elas passam. Alguém que o ameaçou continua a aparecer aonde quer que você vá. Fica telefonando, seguindo, vigiando e esperando você chegar. Pode ser que ele até mesmo mate seu bichinho de estimação. É uma campanha de terror!

Talvez você não passe por isso. Mas até que ponto o medo afeta o que você faz a cada dia?

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