sábado, 29 de maio de 2010

Negócios Escusos

Embora a maioria das transações com armas sejam feitas entre governos, tal negócio é escuso. Um informe de circulação restrita diz: “Uma ampla rede comercial opera clandestinamente, bem como através de canais aprovados. Os governos buscam os seus próprios interesses, muitas vezes de modo secreto.”

Embora vários Estados produtores de armas disponham de leis estritas que regulam as exportações militares para países em guerra, as armas deles continuam a chegar aos campos de batalha. Um informe do Instituto Internacional de Pesquisas Pela Paz, de Estocolmo, Suécia, explica a razão: “Não existem diques à prova d’água entre o negócio de armas legal, ‘claro’, e as transações ‘cinzentas’ e ‘negras’ de armas. Nenhum Estado que vende armas parece poder controlar plenamente como, contra quem, ou por quem, tais armas serão utilizadas.” Uma notícia publicada na revista Newsweek sobre o comércio de armas prevê: “As restrições à venda de armas provavelmente fracassarão, à medida que mais países entrarem na competição pela venda de armas.”

À sombra deste comércio internacional de armas entre governos, um exército de representantes comerciais particulares opera em todo o mundo. Eles mantêm contatos nos altos círculos políticos e militares. Entre eles acham-se representantes de grandes indústrias armamentistas, agentes (intermediários) que jamais tocam nas armas, contrabandistas que trocam armas por tóxicos, e vigaristas que operam em pequena escala.

Em sua ânsia de dinheiro, parece que não há nada que detenha algumas empresas de armas. A seguinte lista mostra algumas das intrigas de que elas têm sido acusadas, de acordo com Anthony Sampson, um pesquisador sobre o comércio de armas:

1. Fomentar rumores de guerras e persuadir os próprios países a adotar políticas belicosas e aumentar seu estoque de armas.

2. Subornar em grande escala as autoridades governamentais.

3. Espalhar informes falsos sobre programas militares, em vários países, para estimular os gastos com armas.

4. Influenciar a opinião pública através do controle da mídia.

5. Lançar um país contra o outro.

6. Organizar cartéis internacionais, a fim de elevar os preços das armas.

Todavia, o comércio de armas está florescendo mais do que nunca. E ninguém parece poder fechar este poderoso empório de armas. As duas maiores organizações internacionais de paz já formadas na História, a Liga das Nações e sua sucessora, as Nações Unidas, não conseguiram convencer sequer uma das nações-membros a ‘transformar suas espadas em relhas de arado’. O comércio de armas tornou-se tão interligado, política e economicamente, com os assuntos mundiais que muitas pessoas acham que está além de qualquer poder humano pôr um fim nisto. Então, existe qualquer poder que seja suficientemente forte para fazê-lo?

Competição sem Trégua

Todos os empresários desejam convencer as pessoas, por meio de publicidade, que seus produtos (sejam eles carros, barbeadores elétricos, sejam vassouras) são os melhores. Semelhantemente, em vistosos periódicos de negócios, impressos em quatro cores, os mercadores de armas anunciam seus mortíferos produtos como tendo provado sua condição letal.

Qual seria sua reação se lesse, no seu matutino, um anúncio que dissesse: “Procura um míssil de ataque? RBS 70 contém uma ogiva altamente eficaz”? Ou outro, que lhe oferecia uma arma antitanque leve, dizendo: “Um tiro certeiro e ele está liquidado! . . . Nada pode impedi-la”?

Tais anúncios deixariam as pessoas aborrecidas, se publicados em jornais comuns. Mas os periódicos do comércio de armas estão repletos deles. Em parte alguma se menciona, contudo, que ao adversário são também oferecidas as mesmas armas, igualmente mortíferas, igualmente precisas, igualmente dotadas de alta tecnologia. Em parte alguma se sugere como tais armas serão usadas, como os civis — os “consumidores” finais serão atingidos por tais armas terríveis.

Pode algum poder humano pôr um fim nisto?

VISTO que os mercadores de armas privam os pobres de enorme quantidade de bens e serviços necessários, por que o povo não os impede de fazer isso? A resposta simples é: O comércio de armas controla o dinheiro e o poder. Os seguintes fatos sobre o escopo, os interesses e os métodos deste grande negócio o ajudarão a descobrir por que nenhum poder humano consegue detê-lo.

Há muita gente que vive do comércio de armas. Desde o começo do século, o comércio de armas tem sido a indústria mais internacional do mundo. Emprega cerca de 50 milhões de pessoas, em todo o mundo, direta ou indiretamente. Em adição, um quarto dos cientistas do mundo, ou cerca de 500.000 pessoas, estão empenhados em pesquisas militares.

Estão envolvidos imensos interesses econômicos. Desde 1960, as nações do mundo já gastaram 15,2 trilhões de dólares (US$ 15.200.000.000.000 em dólares de 1984) na corrida armamentista. E a demanda de armas prossegue. Por exemplo, em 1987, os gastos militares atingiram um novo auge de 1,8 milhão de dólares por minuto! Em 1987 foram travadas vinte e duas guerras quentes, com pelo menos 2,2 milhões de baixas — mais guerras do que em qualquer ano anterior da história registrada! A guerra entre o Irã e o Iraque, classificada como a guerra localizada mais sangrenta e consumidora de recursos da história registrada, durante anos absorveu as armas de todas as partes do mundo.

Ao passo que se fala muito de paz, os gastos militares globais atingiram cerca de um trilhão de dólares. Na realidade, o mundo gasta cerca de três mil vezes mais com as forças militares do que nos esforços de manutenção da paz!

Muitas nações estão colocadas atrás do balcão global de venda de armas. As duas superpotências são os principais vendedores de armas do mundo. A França, a Grã-Bretanha, a Alemanha Ocidental e a Itália, são os principais negociantes de armas da Europa Ocidental. A Grécia, a Espanha e a Áustria recentemente se juntaram a eles.

Até mesmo as nações neutras vendem armas e tecnologia militar. A Suécia, prezada como a origem do Prêmio Nobel da Paz, dispõe de duas das mais avançadas empresas fabricantes de armas do mundo, produzindo, para exportação, aviões de combate, artilharia pesada e explosivos. A Suíça, comprometida com a Cruz Vermelha e com esforços humanitários, também está envolvida no comércio internacional de armas. Para agravar ainda mais esta intensa competição, um número cada vez maior de países do Terceiro Mundo também se tornam fabricantes de armas.

UMA DÉCADA VIOLENTA

Eleva-se de novo a taxa de homicídios nos Estados Unidos. O jornal The New York Times comenta que, ao passo que a taxa diminuiu ligeiramente no início dos anos 80, ela começou a crescer de novo depois de 1985. O total de pessoas assassinadas em 1989 foi cerca de 5 por cento maior do que os 20.680 mortos em 1988, que já era uma média de 1 pessoa morta a cada 25 minutos. Armas de fogo figuravam em cerca de 60 por cento das mortes, e, assim, tornaram-se a oitava causa principal de morte naquela nação. Apenas nas escolas, segundo certo estudo, o dia mediano presencia pelo menos cem mil alunos portando armas de fogo. As escolas da cidade de Nova Iorque vêem-se assim obrigadas a manter a “décima primeira maior força de segurança nos EUA”, comenta a revista Time. Para Nova Iorque, os anos 80 foram a década mais violenta na história da cidade, havendo cerca de 17.000 assassinatos. O advento do tóxico chamado crack contribuiu para esse total.

sábado, 22 de maio de 2010

De pedreiro a traficante

José, um amigável chefe de família, passou cinco anos traficando maconha do Marrocos para a Espanha. Como é que se envolveu nisso? “Quando eu trabalhava de pedreiro, um colega começou a traficar drogas”, explica. “Visto que eu precisava de dinheiro, me perguntava: ‘Por que não fazer o mesmo?’

“Era fácil comprar maconha no Marrocos — a quantidade que eu pudesse comprar. Com minha lancha veloz eu escapava facilmente da polícia. Uma vez na Espanha, eu vendia a droga em grandes quantidades, uns 600 quilos por vez. Eu tinha apenas três ou quatro compradores, que adquiriam qualquer quantidade que eu conseguisse arranjar. Mesmo com vigilância policial, a droga entrava no país. Nós, traficantes, tínhamos equipamento muito melhor do que a polícia.

“Eu ganhava facilmente muito dinheiro. Uma viagem da Espanha ao norte da África podia me render de 25 mil a 30 mil dólares. Em pouco tempo, eu tinha 30 homens a meu serviço. Nunca fui pego, pois eu pagava um informante para me avisar quando meus movimentos estavam sendo vigiados.

“Às vezes, eu pensava no mal que essas drogas podiam estar causando aos outros, mas eu havia me convencido de que a maconha era uma droga leve, que não matava ninguém. E, visto que estava ganhando muito dinheiro, pouco ligava para isso. Mas eu mesmo nunca usei drogas.”

“Mergulhados no mundo das drogas”

Ana, esposa de Pedro, foi criada na Espanha, num bom ambiente familiar. Aos 14 anos, Ana conheceu alguns rapazes de uma escola vizinha, que fumavam haxixe. De início, ela sentia repulsa do comportamento estranho deles. Mas uma de suas amigas, Rosa, sentiu-se atraída a um desses rapazes, que a convenceu de que fumar haxixe não fazia mal e que ela iria gostar. Rosa experimentou a droga e ofereceu-a também para Ana.

“Tive uma sensação agradável e, dentro de algumas semanas, eu fumava haxixe todos os dias”, diz Ana. “Depois de cerca de um mês, o haxixe não mais me satisfazia, de modo que passei a usar anfetaminas, além de fumar haxixe.

“Logo eu e meus amigos estávamos totalmente mergulhados no mundo das drogas. Falávamos sobre quem conseguiria tomar mais drogas sem sentir maus efeitos, e quem conseguiria ficar mais ‘alto’. Aos poucos, fui me afastando do mundo normal e raramente ia à escola. O haxixe e as anfetaminas já não bastavam, de modo que passei a injetar em mim mesma um derivado de morfina, que eu adquiria em diferentes farmácias. No verão assistíamos a concertos de rock ao ar livre, onde sempre era fácil obter drogas, como o LSD.

“Certo dia minha mãe me pegou fumando haxixe. Meus pais fizeram o possível para me proteger. Falaram-me dos perigos das drogas e o quanto me amavam e se preocupavam comigo. Mas eu achava que seus esforços eram uma interferência indesejada na minha vida. Aos 16 anos, decidi sair de casa. Juntei-me a um grupo de jovens que percorriam toda a Espanha vendendo colares artesanais e tomando drogas. Dois meses depois, a polícia me pegou, em Málaga.

“Ao ser entregue pela polícia aos meus pais, eles me receberam de braços abertos, e senti vergonha do que eu fizera. Meu pai chorava — algo que eu nunca o vira fazer antes. Lamentei tê-los magoado, mas o remorso não foi suficiente para me fazer largar as drogas. Eu usava drogas todos os dias. Quando estava sóbria, às vezes eu pensava nos riscos — mas por pouco tempo.”

“Fuga da realidade”

Pedro, um dos nove filhos de uma família, nasceu num bairro violento na cidade de Córdoba, Espanha. Ele teve uma infância traumática por causa do alcoolismo do pai. Aos 14 anos, começou a usar haxixe, influenciado por um primo. Em um mês, estava viciado.

“Usar drogas era um passatempo”, explica Pedro, “uma fuga da realidade e um modo de ser aceito pelo grupo. Aos 15 anos, além de haxixe, passei a usar LSD e anfetaminas. O LSD era a minha droga preferida e, para poder comprá-la, tornei-me um pequeno traficante, especialmente de haxixe. Certa vez, depois de uma overdose de LSD, não pude dormir a noite inteira, e pensei que havia enlouquecido. Fiquei assustado. Percebi que, se continuasse a usar drogas, acabaria preso ou morto. Mas a ânsia de drogas afastou esse medo. Fiquei fortemente viciado em LSD, e precisava de uma dose cada vez maior para ficar ‘alto’. Apesar dos efeitos apavorantes, eu não conseguia parar. Não sabia como sair disso.

“O LSD não era barato, de modo que aprendi a roubar joalherias, arrancar bolsas de turistas e roubar relógios e carteiras de pessoas na rua. Aos 17 anos, eu já controlava um setor da cidade, como traficante, e cheguei a participar em assaltos à mão armada. E minha fama de criminoso violento me rendeu o apelido de el torcido.

“Quando a gente mistura drogas com álcool, a personalidade muda, muitas vezes de modo violento. E o desejo de obter mais drogas é tão forte que anula totalmente a consciência. A vida se torna uma montanha-russa, e a pessoa só consegue viver drogada.”

Vidas arruinadas, vidas perdidas

“AS DROGAS são como martelos de ferreiro”, diz o Dr. Eric Nestler. De fato, uma única dose desses “martelos” químicos pode matar. “Sabe-se, por exemplo, de pessoas que morreram na primeira vez que usaram crack (uma droga à base de cocaína)”, diz o livro Drugs in America.

A nova onda de drogas sintéticas pode ser igualmente perigosa. “Adolescentes ingênuos que compram drogas nas raves [sessões de dança que varam a noite] talvez não tenham noção do tipo de coquetel químico que bombardeará o seu cérebro”, alerta o World Drug Report. Para a maioria dos jovens, porém, a descida para o abismo das drogas é gradual, como ilustram os seguintes exemplos:

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sexta-feira, 21 de maio de 2010

Aja rápido

Não é possível prever todas as situações que podem levar ao estupro. Sem querer, você talvez fique a sós com um estranho que é mais forte do que você e queira forçá-la a ter relações sexuais. Que fazer?

Aja rápido, e lembre-se do seu objetivo: escapar. O estuprador muitas vezes testa a vítima antes de decidir atacar, de modo que é importante frustrar seus planos assim que seja possível, antes que ele ganhe suficiente confiança para agir. Especialistas em estupro sugerem duas linhas de ação: resistência passiva ou resistência ativa. Você pode tentar primeiro a resistência passiva e, se falhar, mudar para a resistência ativa.

A resistência passiva pode incluir qualquer coisa, desde ganhar tempo conversando com o estuprador até fingir que tem uma doença sexualmente transmissível, ou ainda vomitar no agressor. (Compare com 1 Samuel 21:12, 13.) “As táticas são limitadas apenas pela imaginação da pessoa”, escreveu Gerard Whittemore em seu livro Segurança Para Mulheres — Manual de Sobrevivência Urbana (em inglês).

As táticas passivas — que incluem tudo, menos agredir fisicamente o estuprador — requerem raciocínio claro e devem ser elaboradas para distrair ou acalmar o agressor. Se sua resistência deixa o agressor mais irado e violento, tente outra coisa. No entanto, não permita que ele a force a ir para um lugar mais isolado enquanto você estiver pensando. E lembre-se de uma das formas mais eficazes de resistência passiva — gritar. — Compare com Deuteronômio 22:23-27.

Outra opção é reagir com rejeição e convicção. Diga ao agressor em termos bem claros que não se sujeitará aos seus desejos. Diante duma tentativa de estupro em encontro, você pode recorrer à tática de choque, que é dizer o que o ataque na verdade é. Gritar: “Isto é um estupro! Vou chamar a Polícia!” talvez faça com que o estuprador em potencial pense duas vezes antes de prosseguir.

Como evitar o estupro

Eric era alto, bonito e duma família abastada. Lori tinha 19 anos e fora convidada para um programa na companhia de Eric, do companheiro de quarto dele e de outra moça. Lori chegou para o churrasco na casa de Eric, mas, sem que soubesse, o outro casal decidira não vir. Logo os outros convidados começaram a ir embora.

“Comecei a pensar: ‘Algo está errado, está acontecendo alguma coisa’, mas não liguei para isso”, disse ela.

Sozinho com Lori, Eric a estuprou. Lori nunca denunciou o estupro à Polícia, e mais tarde mudou-se para um lugar a 240 quilômetros dali para evitar rever o Eric. Um ano depois, ainda tinha medo de marcar encontros.

O ESTUPRO é uma crescente ameaça, e a melhor defesa da mulher é estar alerta e preparada. Não é possível prever toda situação que pode levar ao estupro, mas saber como os estupradores pensam e planejam seu ataque pode ajudá-la a reconhecer sinais de alerta. Um antigo provérbio diz: “O esperto vê o perigo e se esconde; o ingênuo avança e se sai mal.” — Provérbios 27:12, Bíblia Pastoral.

A melhor maneira de evitar uma situação que possa levar ao estupro é evitar estupradores. Você deve estar ciente do padrão de comportamento do homem — mesmo daquele a quem conheça bem — que talvez o identifique como estuprador em potencial. (Veja o quadro na página 7.) Alguns homens usam o estilo de roupa da mulher ou sua disposição de estar sozinha com ele como desculpa para estuprá-la. Embora não caiba à mulher a culpa se o homem tem esses conceitos distorcidos, convém que ela reconheça essas atitudes.

Não se permita ficar a sós com um homem que você não conhece bem. (Mesmo na companhia de um homem a quem conhece bem, use de bom critério.) O estuprador estranho pode ir a sua casa fingindo-se de consertador. Verifique suas credenciais. O estuprador conhecido muitas vezes consegue ficar a sós com a vítima inventando que tem de fazer certas coisas que requerem que passe na casa dele ou mentindo que há um grupo de pessoas em certo local onde ele a encontrará. Não caia nessa.

Para evitar problemas em encontros, marque os encontros em grupos ou com acompanhante. Conheça bem o companheiro e estabeleça limites firmes quanto ao grau de intimidade física que permitirá, se é que permitirá. Cuidado com bebidas alcoólicas! Não dá para estar alerta ao perigo com as faculdades mentais entorpecidas. (Compare com Provérbios 23:29-35.) Confie em seus instintos. Se não se sente à vontade com alguém, não lhe dê o benefício da dúvida. Vá embora.

Especialmente os pais de adolescentes precisam conversar com as filhas sobre prevenção de estupro, sendo específicos a respeito de situações perigosas, porque a maioria dos estupradores e das vítimas de estupro são jovens.

Projetos Adicionais Para Destruição em Massa

Além de tudo isso, os homens ainda procuram novos meios de destruição em massa. O SIPRI declara no livro Weapons of Mass Destruction and the Environment (Armas de Destruição em Massa e o meio Ambiente): “Dá-se cada vez mais atenção à manipulação das forças geofísicas ou ambientais com fins hostil.” O relatório angustiante sobre tal pesquisa afirma que se sugere manipular a atmosfera com objetivos militares. Isto inclui interferir nas propriedades elétricas da ionosfera ou da troposfera a fim de perturbar as comunicações, os sistemas de radar, a navegação e os sistemas de orientação de mísseis do inimigo.

O relatório do SIPRI também sugere que técnicas para provocar furacões ou ciclones — ou para reorientar os naturais — tornariam disponível aos militares uma imensa força destruidora. Outro alvo militar é aprender a controlar os relâmpagos que se dirigem das nuvens para a terra, para usá-los em ataques.

A camada de ozônio da baixa estratosfera, e que nos abriga de perigosas doses de radiação ultravioleta, é também encarada como “arma” em potencial. Como assim? Um artigo no Times de Nova Iorque cita o Dr. Michael B. McElroy, da Universidade de Harvard, EUA, como dizendo que o elemento químico, bromo, parece ser tão eficaz como consumidor do ozônio que poderia ser utilizado como arma. Se injetado na estratosfera, causaria a depleção do ozônio, permitindo que a radiação ultravioleta atingisse o solo com intensidade suficiente para destruir as safras e tornar deficientes físicos os habitantes O relatório do SIPRI afirma: “Talvez já esteja dentro de nossa capacidade abrir uma ‘janela’ nessa camada de ozônio, sobre território inimigo, por injetar nele um composto de bromo através de liberações controladas, de um satélite em órbita.”

Até mesmo o solo poderia ser usado contra um inimigo. Exemplificando: caso uma região inimiga estivesse situada acima ou perto de algum lugar fraco na formação da crosta terrestre, poder-se-ia provocar um terremoto ali. Similarmente, vulcões “dormentes” situados em território inimigo poderiam ser estimulados a atividade destrutiva. Algumas formações terrestres poderiam ser bem adequadas para sofrerem perturbações, por meio de avalanchas ou deslizamentos de terra provocados.

O fogo também é um meio contemplado de destruição em massa. Grandes áreas de importância para o inimigo poderiam ser devastadas por incêndios iniciados por ações militares. Por meio do emprego de instrumentos incendiários de ação retardada, mas de alta eficiência, e de espalhadas minas contra tropas, o combate a um incêndio se tornaria virtualmente impossível

Provocar chovas ainda é outra arma ambientar já usada na guerra moderna. Na recente guerra da Indochina, aviões aspergiram as nuvens com agentes tais como iodeto de prata e iodeto de chumbo. As chuvas resultantes arruinaram as linhas de comunicação inimigas, prejudicaram as ofensivas inimigas, ajudaram as missões de bombardeio e criaram enchentes geralmente destruidoras.

A lista de armas do tipo “dia do juízo” é infindável, e isto apesar das conferências de desarmamento e dos acordos de paz. Não é óbvio que as nações jamais abandonarão por conta própria a corrida armamentista?

Quando os exércitos soviéticos invadiram o Afeganistão, toda a fanfarra sobre a assinatura do SALT-II acabou abruptamente sem que o tratado fosse ratificado Os Estados Unidos elevaram seu orçamento militar, e muitos receiam uma terceira guerra mundial.

A Militarização Atinge o Espaço

Até o espaço sideral se torna cada vez mais militarizado. Entre 1963 e 1978, um total de 1.526 satélites, com finalidades militares, foram lançados ao espaço. Isto é cerca de 75 por cento de todos os satélites lançados. Apenas em 1978, 112 satélites militares foram lançados — cerca de um a cada três dias! Tais satélites são usados para reconhecimento, aviso precoce de ataque, e para comunicações, e são especialmente importantes para a navegação.

Os pesquisadores acreditam que, em breve, por meio de um sistema de navegação baseado em satélites, será possível guiar uma arma a qualquer parte da terra, e que caia a menos de 10 metros de seu alvo!

Armas Químicas e Biológicas

“A mortalidade dos agentes, especialmente dos gases de nervos”, disse certo perito, “quase desafia nossa imaginação. Uma gota de tabun ou soman do tamanho duma cabeça de alfinete, em seu braço, o matará em questão de três a seis minutos”. Todavia, os agentes químicos ou biológicos acham-se disponíveis em grandes quantidades e podem ser dirigidos contra tropas, gado ou safras do inimigo.

Entre os agentes letais acham-se os que atacam o sistema nervoso, envenenam o sangue, asfixiam, ou até mesmo provocam pústulas dolorosas na pele. Certo número de agentes não letais também são encontrados nos arsenais militares do mundo. Alguns deles visam fustigar o pessoal desprotegido por provocar intenso lacrimejar, espirros, vômitos ou irritação do trato respiratório superior.

Arsenais de Armas Nucleares

Somente no campo das armas nucleares, o poder destrutivo é enorme. Os arsenais contêm dezenas de milhares de ogivas nucleares sofisticadas, que têm um potencial explosivo total equivalente ao de um milhão de bombas como a de Hiroxima. Se apenas uma fração destas fosse usada na guerra, a civilização deixaria de existir.

Para atingir rapidamente a alvos distantes com armas nucleares, os chamados sistemas estratégicos de lançamento têm sido aperfeiçoados, e aumentaram enormemente em número e potencialidade. Segundo uma publicação intitulada “Armas ou Desarmamento? — A Escolha Crucial”, lançado em 1979 pelo SIPRI (sigla em inglês do Instituto Internacional de Pesquisa da Paz, de Estocolmo), os Estados Unidos e a União Soviética têm à sua disposição um total de 4.796 sistemas nucleares estratégicos de lançamento, inclusive mísseis impulsionados por foguetes, com base terrestre, mísseis transportados por submarinos e bombardeiros estratégicos.

Tais arsenais são tão imensos que qualquer aumento quantitativo adicional é desprovido de significado. No entanto, fazem-se constantes aprimoramentos na qualidade, em especial com respeito à exatidão e confiabilidade. Declara a publicação do SIPRI:

“Novas ogivas, para o míssil balístico intercontinental dos EUA, o Minuteman, por exemplo, são tão exatas que 50% devem cair num raio de 200 metros do alvo tencionado em âmbito intercontinental. A próxima geração de tais mísseis terá a exatidão de cair num raio de poucas dezenas de metros. Todos os alvos militares seriam vulneráveis a tais armas.”

Existe uma probabilidade realística de que tais armas exatas sejam usadas? “Tal precisão, junto com outros avanços”, avisa a mesma publicação, “podem dar aos planejadores militares a confiança imerecida de que podem realmente travar e ‘ganhar’ guerras nucleares, ao invés de simplesmente dissuadi-las. . . . A tentação de atacar primeiro aumentará perigosamente, e o risco de guerra nuclear por um erro de cálculo, acidente ou loucura aumentará correspondentemente”.

Mas, isso não é tudo. Há ainda outras armas nos arsenais.

A corrida armamentista

— O que produz?

—Será preciso uma ação divina para terminá-la?

Do correspondente de “Despertai!” no Suécia

A ATENÇÃO do mundo se focalizava em Viena, Áustria, durante três dias de junho de 1979. Dois homens, cercados de assistentes, encaravam sobriamente um ao outro, tendo maciça mesa de 8 metros de comprimento no meio. Assinaram, por fim, um tratado que dizia “reduzir substancialmente os perigos do holocausto nuclear” — o temível clímax da corrida armamentista da atualidade.

Estes homens, Leonid Breznev, da União Soviética, e Jimmy Carter, dos Estados Unidos, representavam os primeiros colocados na corrida armamentista internacional que, nos anos recentes, tornou-se veloz como um relâmpago e criou hediondos meios de destruição em massa. Mais de US$ 400 bilhões por ano são consumidos nos gastos militares. Cerca de 26 milhões de pessoas, em todo o mundo, fazem parte das forças armadas.

O tratado assinado em Viena foi rotulado por Carter como “o tratado mais pormenorizado, de maior alcance e mais abrangente na história do controle armamentista”. Será que finalmente acabará com a louca corrida armamentista? Não! Este não é nem sequer seu propósito declarado. O Tratado de Limitação das Armas Estratégicas (amplamente conhecido como SALT-II) só limita basicamente um determinado número de certos tipos de armas, consideradas vitais no caso duma guerra intercontinental. E tais limites são consideravelmente superiores ao que ambos os países já atingiram. Assim, trata-se realmente de novos alvos a alcançar.

Há sete anos atrás, estes mesmos governos assinaram um acordo que limitava, entre outras coisas, o número de lançadores de mísseis. Com que resultado? Ambas as potências, segundo o Times de Nova Iorque, “aprenderam a tornar obsoleta tal limitação por colocarem uma carga inteira de armas em cada lançador”. A notícia concluía: “O fato é que o tratado [de 1979] não impede que nenhum dos lados construa qualquer arma que se interessar realmente em construir.”

Embora muitos achem que algum controle é melhor do que nenhum, serão tais tratados de limitação de armas realmente a solução para tal problema? Será que as nações, por si mesmas, deixarão de estocar armas? Ou será necessária a ação de uma fonte superior ao homem? Sim, será necessária a ação divina? Pense nestas perguntas, ao recapitularmos o que as nações já desenvolveram no sentido de armas estratégicas, e o que estão agora imaginando.

Não é nada novo

  A Lei mosaica estabelecia a pena capital para os seqüestradores ou raptores já no século 15 AEC. (Deuteronômio 24:7) Tanto Júlio César, no primeiro século AEC, como Ricardo I, Coração de Leão, rei da Inglaterra, no século 12 EC, foram seqüestrados em busca de resgate. O maior resgate já pago foram as 24 toneladas de ouro e prata que os incas deram ao conquistador espanhol Francisco Pizarro para libertar seu chefe, Ataualpa, em 1533. Mesmo assim, os conquistadores o estrangularam

Ganância e falta de amor

“O amor ao dinheiro é raiz de toda sorte de coisas prejudiciais.” (1 Timóteo 6:10) “Por causa do aumento do que é contra a lei, o amor da maioria se esfriará.” — Mateus 24:12.

Por toda a História, o amor ao dinheiro tem levado as pessoas a atos hediondos. E talvez nenhum outro crime explore tanto a angústia, o pesar e o desespero humanos quanto o seqüestro. A ganância — o amor ao dinheiro — é que leva muitos a praticar crueldades contra um estranho, a torturá-lo e a fazer sua família passar por grande sofrimento durante semanas, meses e às vezes anos.

É claro que há algo terrivelmente errado com uma sociedade que enaltece o dinheiro e que desconsidera os valores humanos. Sem dúvida, isso estimula todo tipo de atividade criminosa, incluindo o seqüestro.

Isso significa que estamos no que a Bíblia chama de “últimos dias”? Em caso afirmativo, o que isso significará para a Terra e para nós? Existe solução para os problemas terríveis que a humanidade enfrenta, incluindo o seqüestro?

Pobreza e injustiça social

“Eu mesmo retornei, a fim de ver todos os atos de opressão que se praticam debaixo do sol, e eis as lágrimas dos oprimidos, mas eles não tinham consolador; e do lado dos seus opressores havia poder.” — Eclesiastes 4:1.

Muitas pessoas hoje vivem sob condições econômicas e sociais desesperadoras. Freqüentemente são elas que praticam seqüestros. Assim, enquanto o abismo entre pobres e ricos aumentar constantemente e enquanto houver poucas possibilidades de se ganhar dinheiro honestamente, o seqüestro continuará a ser uma tentação. Enquanto houver opressão, o seqüestro será um meio de contra-atacar e de chamar a atenção para condições consideradas intoleráveis.

Dificuldades de fazer cumprir a lei

“Por não se ter executado prontamente a sentença contra um trabalho mau é que o coração dos filhos dos homens ficou neles plenamente determinado a fazer o mal.” — Eclesiastes 8:11.

Muitas polícias não têm recursos para lidar com a onda de crimes. Assim, em vários países o seqüestro é um crime que compensa. Em 1996, apenas 2% dos seqüestradores na Colômbia foram processados. No México, pelo menos 200 milhões de dólares em resgates foram pagos em 1997. Alguns seqüestradores nas Filipinas até aceitaram cheques como pagamento de resgate.

Além disso, a corrupção dentro das agências de combate ao crime torna-as menos eficientes. No México, na Colômbia e em ex-repúblicas soviéticas, os próprios chefes dos esquadrões de elite anti-seqüestro foram acusados de ter participado em seqüestros. O presidente do senado filipino, Blas Ople, disse na revista Asiaweek que as cifras oficiais indicam que 52% dos seqüestros nas Filipinas envolvem policiais ou militares na ativa ou aposentados. Dizem que um famoso seqüestrador mexicano foi amparado por “um muro de proteção oficial conseguido por meio de subornos a policiais e a promotores públicos municipais, estaduais e federais”.

Seqüestro: as causas básicas

O SEQÜESTRO — além do assassinato, do estupro, do roubo, do abuso de crianças e até do genocídio — virou uma praga moderna. Por que a vida se tornou tão perigosa a ponto de as pessoas muitas vezes terem medo de sair de casa à noite?

As causas fundamentais dessa epidemia de atividades criminosas, incluindo os seqüestros, estão ligadas a falhas muito arraigadas na sociedade humana. Sabia que, há quase 2.000 anos, a Bíblia predisse estes tempos perigosos? Analise a profecia de 2 Timóteo 3:2-5:

“Os homens serão amantes de si mesmos, amantes do dinheiro, pretensiosos, soberbos, blasfemadores, desobedientes aos pais, ingratos, desleais, sem afeição natural, não dispostos a acordos, caluniadores, sem autodomínio, ferozes, sem amor à bondade, traidores, teimosos, enfunados de orgulho, mais amantes de prazeres do que amantes de Deus, tendo uma forma de devoção piedosa, mostrando-se, porém, falsos para com o seu poder.”

Você com certeza concorda que essas palavras registradas há muito tempo descrevem perfeitamente a situação atual. Na nossa época, as feridas purulentas da sociedade humana se romperam com toda a força. O interessante é que, antes de descrever a lamentável conduta humana que lemos acima, a Bíblia diz: “Nos últimos dias haverá tempos críticos, difíceis de manejar.” (2 Timóteo 3:1) Vamos analisar apenas três das grandes falhas da sociedade que contribuíram para a epidemia de seqüestros.

O que a Bíblia tem a dizer

A Bíblia nos ajuda a entender o que está acontecendo no mundo e por que as pessoas praticam atos tão extremos. Ela descreve com exatidão atitudes comuns à nossa volta. Por exemplo, a lista em 2 Timóteo 3:3, 4 diz que as pessoas não teriam “afeição natural” e seriam “sem autodomínio, ferozes, sem amor à bondade” e ‘teimosas’. Outro livro bíblico cita as palavras de Jesus: “O amor da maioria se esfriará.” — Mateus 24:12.

A Bíblia diz também: “Nos últimos dias haverá tempos críticos, difíceis de manejar.” (2 Timóteo 3:1) Sim, o que vemos são evidências de que estamos vivendo no fim do atual sistema mundial. As condições, bem como as atitudes das pessoas, estão em franco declínio. Podemos esperar uma solução imediata? A Bíblia responde: “Os homens iníquos e os impostores passarão de mal a pior.” — 2 Timóteo 3:13.

Significa isso que a humanidade está condenada a um ciclo sem fim de atrocidades e escalada do crime? Vamos examinar essa pergunta no próximo artigo.

A incapacidade de lidar com as realidades da vida

Ao ouvirem falar de certas atrocidades, alguns talvez digam: ‘Essa pessoa deve estar louca!’ Mas nem todos os indivíduos que cometem tais crimes são mentalmente perturbados. Muitos, na verdade, têm dificuldades de lidar com as realidades da vida. Especialistas apontam desvios de personalidade que podem levar a atos extremos. Entre esses desvios, estão os seguintes: deficiências de aprendizado e de convívio social; efeitos negativos de abusos físico ou sexual; caráter anti-social; ódio a certos grupos, como mulheres; falta de remorso na prática do mal e desejo de manipular outros.

Seja qual for o problema, alguns ficam tão desgastados pela sua dificuldade que seu raciocínio se altera, o que pode levá-los a cometer atos estranhos. Um exemplo é o de uma enfermeira que tinha um desejo anormal de receber atenção. Ela injetava em criancinhas um relaxante muscular que provoca parada respiratória. Daí ela se deliciava com a atenção que recebia ao “salvar” cada criança. Infelizmente, não conseguia reativar a respiração em todas elas. Foi condenada por assassinato.

O acima deixa claro que existe uma combinação de fatores que leva pessoas a cometer crimes violentos. Mas a nossa lista estaria incompleta se omitíssemos mais um fator muito importante.

Fácil acesso a armas destrutivas

Conforme mencionado no artigo anterior, um único atirador na Tasmânia, Austrália, matou 35 pessoas e feriu 19. Ele utilizou armas semi-automáticas de uso militar. Isso leva muitos a concluir que o acesso fácil a tais armas é outro fator no aumento de crimes violentos.

Um relatório indica que no Japão ocorreram apenas 32 homicídios com armas de fogo, em 1995, na maioria deles bandido matando bandido. Nos Estados Unidos, porém, ocorreram mais de 15.000 casos. Por que essa diferença? Alguns apontam como uma das razões as estritas leis sobre o porte de armas no Japão.

Drogas

Nos Estados Unidos, o índice de homicídios cometidos por adolescentes triplicou num período de oito anos. Qual é um dos fatores, segundo os especialistas? As gangues, em especial as envolvidas com o crack, um subproduto da cocaína. Entre mais de 500 homicídios recentes em Los Angeles, Califórnia, “segundo a polícia, 75% se relacionavam com gangues”.

Um relatório da Academia do FBI declarou: “O número de casos de homicídios relacionados com drogas é anormalmente elevado.” O abuso de drogas distorce o raciocínio de algumas pessoas e as leva a matar. Outras usam a violência em defesa de seu controle do narcotráfico. Obviamente, as drogas constituem um fator poderoso que influencia pessoas a cometer atos terríveis.

A mídia e a violência

Alguns apontam a evidência de que vários meios de comunicação modernos podem estimular a conduta agressiva. Argumenta-se que a exposição regular à violência retratada na televisão, nos filmes, nos jogos eletrônicos e na internet pode cauterizar a consciência e inspirar crimes violentos. O Dr. Daniel Borenstein, presidente da Associação Americana de Psiquiatria, declarou: “Já existem mais de 1.000 estudos, baseados em mais de 30 anos de pesquisas, que demonstram uma relação de causa e efeito entre a violência na mídia e o comportamento agressivo de algumas crianças.” Perante uma comissão do Senado americano, o Dr. Borenstein afirmou: “Estamos convencidos de que a repetida exposição à violência como meio de entretenimento, em todas as suas formas, tem significativas implicações na saúde pública.” — Veja o quadro “Jogos de computador violentos — o ponto de vista de um médico”.

Muitas vezes são mencionados casos específicos em apoio do acima. No caso do atirador que matou a sangue frio o casal que observava o nascer do sol na praia, mencionado no artigo anterior, os promotores apresentaram evidência de que o desejo de matar por emoção tinha ligação com o fato de o jovem ter assistido várias vezes a um filme violento. E, segundo depoimentos, os dois alunos que mataram 15 pessoas a tiros numa escola costumavam brincar, por horas a fio todos os dias, com jogos eletrônicos violentos. Além disso, assistiam repetidas vezes a filmes que glorificavam a violência e a matança.

Grupos e cultos de ódio

As evidências indicam que alguns grupos ou cultos de ódio têm tido forte influência na prática de certos crimes. Em Indiana, EUA, um rapaz negro de 19 anos saiu de um shopping center e se dirigia a pé para casa. Momentos depois, jazia ao lado da rua com uma bala na cabeça. Ele havia sido alvejado por outro rapaz que o escolheu a esmo. Por quê? O assassino alegadamente queria ingressar numa organização de supremacia branca e granjear o direito a uma tatuagem em forma de teia de aranha por ter matado uma pessoa negra.

O ataque com gás nervoso no metrô de Tóquio, em 1995; o suicídio em massa em Jonestown, Guiana e as mortes na Suíça, no Canadá e na França de 69 membros da Ordem do Templo Solar ocorreram todos sob inspiração de cultos. Tais exemplos ilustram a forte influência de certos grupos sobre o modo de pensar de algumas pessoas. Líderes carismáticos têm levado pessoas a fazer coisas “inimagináveis” tentando-as com alguma suposta recompensa.

Ruptura da vida familiar

Um redator de Despertai! perguntou a Marianito Panganiban, porta-voz do Departamento Nacional de Investigações das Filipinas, a respeito da formação dos que cometem crimes extremos. Ele comentou: “Eles vêm de famílias desfeitas. Carecem de cuidados e de amor. A fibra moral dessas pessoas entra em colapso, por lhes faltar orientação e, assim, se desencaminham.” Muitos pesquisadores afirmam que relações familiares péssimas e um histórico de violência na família são comuns entre criminosos agressivos.

O Centro Nacional de Análise de Crimes Violentos, dos EUA, publicou um relatório alistando fatores que poderiam identificar jovens com potencial de cometer crimes de morte na escola. Estão incluídos os seguintes fatores familiares: relação pai—filho conturbada, pais incapazes de reconhecer problemas nos filhos, falta de achego, pais que estabelecem poucos (ou nenhum) limites para a conduta dos filhos e crianças extremamente retraídas, que levam uma vida dupla, ocultando dos pais uma parte de sua vida.

Muitas crianças hoje são vítimas da ruptura familiar. Outras têm pais que dispõem de pouco tempo para elas. Milhares de jovens cresceram sem orientação moral e familiar adequada. Alguns estudiosos acham que situações assim podem produzir crianças que não desenvolvem a capacidade de interagir com outros, o que lhes facilita cometer crimes contra o próximo, muitas vezes sem remorso.

Por que fazem essas coisas?

Não existe um fator único que explique essa variedade de violência insana. O que dificulta entender alguns crimes é sua natureza irracional. Por exemplo, é difícil entender por que alguém mataria a facadas pessoas totalmente desconhecidas, ou por que alguém passaria de carro atirando a esmo contra uma casa.

Há quem afirme que a violência é inerente ao ser humano. Outros argumentam que os crimes insanos não podem ser explicados como parte inevitável da natureza humana. — Veja o quadro “Predestinados à violência?”

Muitos especialistas acreditam na existência de várias circunstâncias e fatores catalisadores que levam pessoas a cometer atos irracionais e violentos. Um relatório da Academia do FBI (Departamento Federal de Investigações), dos Estados Unidos, chega a dizer: “O homicídio não é um ato praticado por um indivíduo equilibrado e racional.” Alguns especialistas discordam do fraseado dessa afirmação, mas muitos concordam com o que ela implica. Por alguma razão, o modo de pensar dos praticantes de crimes sem sentido não é normal. Algo afetou seu raciocínio a ponto de praticarem o inimaginável. Que fatores levam pessoas a cometerem tais atos? Examinemos várias possibilidades mencionadas por especialistas.

Por que tantos crimes violentos?

TODOS os crimes são perversos. Mas crimes aleatórios, ou sem causa específica, são mais difíceis de entender. Serem cometidos muitas vezes sem motivo óbvio desafia os investigadores. Com a grande melhora nos meios de comunicação de massa nos anos recentes, esses crimes terríveis chegam ao conhecimento de milhões, ou até mesmo bilhões, de pessoas em questão de horas. Um relatório da Organização Mundial da Saúde diz que “a violência afeta todos os continentes, todos os países e a maioria das comunidades”.

Mesmo em lugares que em anos passados eram considerados relativamente seguros tem havido mais casos de violência sem sentido. O Japão, por exemplo, por muito tempo teve um baixo índice de crimes violentos. No entanto, em Ikeda, em junho de 2001, certo homem com uma faca de açougueiro invadiu uma escola para atacar as pessoas. Em 15 minutos, matou 8 crianças e feriu 15. Acrescentando isso a outros relatos do Japão, como o de jovens que matam desconhecidos pelo simples prazer de matar, chega-se à conclusão óbvia de que as coisas mudaram.

Mesmo em países de alta incidência de crimes, certos atos insanos revoltam a opinião pública. Foi assim depois do ataque de 11 de setembro de 2001 ao World Trade Center, em Nova York. O psicólogo Gerard Bailes disse: “Esse ataque transformou o mundo num lugar totalmente desconhecido e perigoso, em que não se pode predizer o que vai acontecer.”

terça-feira, 18 de maio de 2010

Favelas e Tóxicos

Um dos fios principais do ‘tecido da sociedade’ identificado de perto com o crime é a favela no centro da cidade. Ao crescerem as grandes áreas urbanas, milhões de pessoas destituídas foram empurradas para “favelas” infestadas de ratos. Amiúde não têm nem mesmo os serviços básicos, como água e aquecimento. A falta de educação, a doença, as enfermidades e o crime sempre proliferaram ali.

Mas, nas décadas recentes, a televisão tornou os favelados mais vivamente cônscios da prosperidade do ‘mundo lá fora’. Os pobres, não-qualificados, não partilham desta prosperidade. O crime aumenta à medida que muitos deles se tornam frustrados e endurecidos. Voltam-se para os tóxicos. Grande parte dos crimes, hoje em dia, tem que ver com tóxicos, visto que para sustentar seu vício o toxicômano talvez precise nos EUA de uns Cr$ 350,00 por dia. Consegue-os por assaltar pelas costas, ou por roubar e vender mercadorias que valem várias vezes esse total. Por uma questão de segurança, as pessoas de posses se mudam das cidades assoladas de crime para os subúrbios chiques. Os viciados vão onde vai o dinheiro; assim, o crime e os tóxicos se espalham para os subúrbios chiques.

No entanto, nem todo o crime pode ser atribuído à pobreza e aos tóxicos.

O que há por trás da crise de crimes?

AS PESSOAS comumente pensam no crime como sendo cometido por violentos “criminosos”. Na verdade, os criminosos endurecidos cometem alguns dos crimes. Mas, o problema do crime vai muito além disso.

O comissário de Polícia, P. V. Murphy, de Nova Iorque, afirma: “O crime faz parte do tecido de nossa sociedade.” E um anterior procurador-geral dos EUA, R. Clark, observa: “O crime reflete mais do que o caráter de uns pobres coitados que o cometem. Reflete o caráter da inteira sociedade.”

Estes senhores, como outros, afirmam que o inteiro sistema está carregado de crimes. Mas, como se pode dizer que o crime ‘faz parte do tecido de nossa sociedade’? Vejamos.
“As pessoas que têm problemas, como as pessoas que sentem dor, desejam alívio, e o desejam tão rápido quanto possível, e tão barato quanto possível.” — Warren Burger, Ministro-Presidente do Supremo Tribunal dos EUA.

O Dilema do Advogado

Tal ponto de vista para com os valores morais no curso de direito apresenta um dilema para os estudantes conscienciosos de direito. “Sinto-me afligido de que [a Faculdade de Direito de] Harvard dê apenas a mínima atenção à ética no curso para futuros advogados”, escreveu um estudante de direito que se formava, num ensaio publicado no Times de Nova Iorque. “No campo da ética legal e pessoal, ficamos entregues a nossos próprios instintos — em meu próprio caso, a instintos inadequadamente examinados.”

Outro aspecto do dilema moral do advogado é expresso pelo criminalista de Nova Iorque, Seymour Wishman: “Lutar tão vigorosamente e com todos os expedientes para ganhar a causa dum cliente acha-se dentro da mais elevada tradição da classe. Quanto menos digno for o cliente, mais nobre é o esforço.”

Os advogados que aderem a tal princípio talvez defendam pessoas de que pessoalmente sabem ser criminosos da pior espécie, ou servem aos negócios ou a outros interesses de clientes que têm alvos moralmente questionáveis. “Muitos de meus clientes são monstros que fizeram coisas monstruosas”, admite o advogado Wishman. “Embora ocasionalmente não sejam culpados do crime de que são acusados, quase todos os meus clientes são culpados de algo.” Muitas de tais pessoas ficam livres para pilhar a sociedade porque obtiveram os ofícios de um “bom” advogado.

Disse um promotor público do Texas, EUA, sobre um de tais advogados: “Ele é bom, ele é muito bom. Mas, por causa dele, há umas duas dúzias de pessoas andando por aí, livres, no Texas, que nem hesitariam em arrancar a cabeça de alguém. Ele é uma ameaça para a sociedade.”

A resposta deste famoso advogado ilustra a debilidade moral dos atuais sistemas jurídicos humanos imperfeitos: “Eu durmo muito bem à noite. Não é minha tarefa ser juiz nem jurado, mas fazer o melhor que eu posso em favor do cidadão acusado.” Todavia, há advogados que atacam esta perplexidade moral.

Muitos causídicos, contudo, concluíram evidentemente que a coisa correta a fazer é evitar tecer quaisquer julgamentos morais pessoais, ao invés de deixar que o processo legal em si seja o árbitro final — certo ou errado. Se os advogados, com seu conhecimento especial dos assuntos do cliente, devem agir corretamente em favor daqueles a quem sabem pessoalmente estar errados, é um dilema da classe.

No conceito de alguns, a tendência no exercício do direito parece ser utilizar qualquer defesa “técnica” disponível em favor do seu cliente, quer ele seja inocente ou culpado. Os advogados, porém, talvez, redargúem: ‘Por que deveríamos ser condenados por usar as regras que foram estabelecidas pela lei?’ A resposta remonta ao dilema moral que confronta os da classe jurídica.

No entanto, precisa-se também observar que, sem dúvida, tais tecnicidades têm poupado muita gente honesta e inocente de erros judiciais. Em alguns casos, os advogados que cuidaram dos processos estavam convictos de que seus clientes eram inocentes, e é por isso que usaram todos os meios legais disponíveis para ajudá-los. Caso não o tivessem feito, pessoas inocentes poderiam ter sido condenadas.

Todavia, muitos acham que a situação é conforme expressa pelo Ministro do Supremo Tribunal dos EUA, Harry Blackmun: “Está faltando equilíbrio. A bússola está torta.” Ele instou com a classe jurídica que renovasse sua dedicação “ao que é justo e moral, bem como escassamente legal”.

No ínterim, as pessoas talvez precisem recorrer a uma ampla variedade de serviços proveitosos providos pela lei ou pelos advogados. Qual é o melhor modo de beneficiar-se dos serviços disponíveis? O próximo artigo considerará isto.

Sistema Adversário: Obstrução da Justiça

Já sentiu alguma vez uma sensação de frustração quando ouviu falar de aparente erro judicial no sistema jurídico? Isto talvez se deva, em alguns países, ao fato de que o âmago da jurisprudência anglo-americana é o sistema adversário. Este sistema se baseia na teoria de que a justiça e a verdade emergem do confronto entre dois pontos de vista contrários. Sobre este sistema, o advogado de Nova Iorque, Abraham Pomerantz, observou:

“Jactamo-nos disso, mas trata-se dum sistema muito enganoso que visa, não alcançar, mas frustrar a verdade. Cada lado ressalta os fatos que ajudam e ignora os que não ajudam. Disso resulta a confusão e a distorção, e o sujeito mais esperto vence.”

Cada lado possui um advogado para lutar por seu cliente. Em muitos casos, não existe um acerto ou erro moral bem definido em nenhum dos lados. Mas o sistema adversário tende a ignorar as posições morais e incentivar os advogados a lutar por aquele que lhe paga os honorários.

“Assim, os advogados que pertencem a uma profissão pública, com amplas responsabilidades sociais”, escreve o professor de direito da Faculdade Wellesley, Jerold S. Auerbach, “proclamam a lealdade ao cliente como sua máxima obrigação (quando realmente prezam a lealdade aos honorários pagos pelo cliente)”. Isto, ele passa a demonstrar, indica uma falha fundamental no sistema adversário: Ele “está mal equipado para considerar o bem social, além da suposição implícita de que toda luta e qualquer vencedor é bom para a sociedade”.

Isto nos ajuda a entender como, do ponto de vista leigo, podem surgir decisões judiciais aparentemente absurdas. Os sublimes ideais dos estatutos legais, que visam dar toda defesa possível ao inocente, e proteger o honesto, podem ser usados mui eficazmente por advogados sagazes para ajudar também o culpado e o desonesto. Trata-se dum paradoxo dos sistemas legais humanos, pelo qual não se pode responsabilizar inteiramente os advogados. Embora a justiça seja o ideal, o que amiúde acontece, na prática, entre humanos imperfeitos, é que o conceito do que é correto e errado moralmente é substituído pelo que é “legal”. Descrevendo o que ele, como professor de direito, observa que está acontecendo, Jerold Auerbach afirma:

“Cada ano, quase 100.000 estudantes [norte-americanos] aprendem a pensar como advogados. Ensinar alguém que, por vinte e um anos, tem pensado como pessoa, a pensar como um advogado, não é uma consecução insignificante. A lição exige a suspensão da crença de que o certo e o errado têm qualquer significado além do que o processo adversário e o sistema jurídico decidem.”

Processualística Lenta e Complexa

A complexidade da sociedade moderna e o número crescente de leis se combinam para multiplicar os problemas e atravancar os tribunais como nunca antes. A lentidão do sistema amiúde desencoraja os que o utilizam. Como disse o Ministro-Presidente do Supremo Tribunal dos EUA, Warren Burger: “As pessoas que têm problemas, como as pessoas que sentem dor, desejam alívio, e o desejam tão rápido quanto possível, e tão barato quanto possível.” Todavia, tais alvos raramente são alcançados, o que contribui para a crítica contra a lei e as instituições jurídicas.

Atraindo a atenção para outra causa de ressentimento, a revista Time cita um ex-auxiliar da presidência dos EUA, o advogado Fred Dutton, que afirma: “Os advogados são pagos para complicar, para manter viva uma disputa, para tornar tudo muito técnico.” Ele observa que um processo a respeito dos rótulos corretos de vidros de pasta de amendoim levou 12 anos, envolvendo 75.000 páginas de documentos e uma transcrição de 24.000 páginas! Isto não quer dizer que todos os causídicos façam disso um hábito, mas ocorrem graves abusos com bastante freqüência para criar uma impressão prejudicial à classe.

Alguns advogados talvez aceitem casos demais e tomem medidas de promover cada processo apenas quando o cliente os consulta. Admitiu certo causídico: “Se o cliente pressiona o advogado, isso pode significar uma diferença de meses de espera que ele poupa.” Se tiver esse tipo de advogado, e quiser que seu processo corra com rapidez, talvez precise persistir em telefonar-lhe. Por outro lado, talvez aconteça que seu advogado precise de cooperação mais plena de sua parte para acelerar as coisas. Forneceu-lhe todas as informações de que ele precisa? Paga-lhe no tempo certo?

Advogados conscienciosos que trabalham de forma eficiente, a um custo razoável para os interesses de seus clientes, podem constituir uma fonte real de paz mental e trazem crédito à sua classe. No entanto, mesmo tais homens têm de trabalhar conforme sistemas legais imperfeitos que talvez promovam injustiças morais devido à sua própria natureza.

‘Uma Lei Para os Ricos, Outra Para os Pobres’

Lá atrás, em 1905, o Presidente dos EUA, Theodore Roosevelt, disse:

“Muitos dos mais influentes e mais bem [pagos] membros da classe dos advogados . . . elaboram intrépidos e engenhosos esquemas pelos quais seus clientes muito ricos . . . podem evadir as leis que são feitas para regular os interesses do público.”

Quase seis décadas depois, pouco mudara, quando o Procurador-Geral dos EUA, Robert Kennedy, afirmou: “Os advogados têm de assumir a responsabilidade de permitir o crescimento e a continuação dos dois sistemas jurídicos — um para os ricos, e outro para os pobres.”

Naturalmente, os advogados não são responsáveis pela existência de pobres e ricos neste mundo. E não são, de forma alguma, os únicos cujos serviços profissionais não raro custam mais do que o trabalhador mediano pode pagar. O custo dos serviços jurídicos profissionais, contudo, amiúde coloca a justiça além do alcance do pobre, ou até mesmo do trabalhador mediano.

Conforme observou certa análise noticiosa da classe jurídica, feita pelo Times de Nova Iorque: “Os críticos, tanto de dentro como de fora da classe, contendem que existem leis demais e advogados demais, e que os advogados estão fixando seus preços além dos do mercado.” E o Desembargador-Presidente do Tribunal de Recursos do Estado de Nova Iorque, Charles D. Breitel, falando sobre os advogados que “apenas recebem, recebem, recebem”, avisou que “eles talvez estejam matando a galinha que põe ovos de ouro”.

Tentativas de retificar as injustiças causadas pelas orientações legais de alto preço, tais como os sistemas de assessoramento jurídico, têm obtido apenas êxito relativo. Ao corrigir algumas injustiças, podem gerar outras. Na Inglaterra e nos Estados Unidos, o resultado amiúde tem sido que apenas os riquíssimos e os paupérrimos podem dar-se ao luxo de mover um processo. Muitas vezes, a classe média, que não se habilita à justiça gratuita, verifica que os serviços jurídicos estão além de seus meios.

Por que os advogados são criticados

EM 1978, um juiz de Pensilvânia, EUA, Lois G. Forer, num artigo intitulado “A Lei: Promessas Excessivas e Satisfação Inadequada”, escreveu: “A classe jurídica, atualmente, acha-se no ponto mais baixo da estima pública de todos os tempos . . . A desilusão e a dessatisfação com a administração da justiça atingem o próprio cerne de nosso bem-estar e vitalidade nacionais.”

Na Inglaterra, também, os críticos suscitam graves questões. Assevera a introdução de um estudo do sistema legal feito ali:

“Ensina-se-nos a ter fé confiante na justiça britânica . . . Argüimos que há alguns que jamais obtêm justiça.”

Os advogados são influentes em todos os níveis de governo — no legislativo, na administração, na magistratura e nos tribunais. Também detêm um monopólio do exercício da advocacia. Assim, a classe jurídica tem de aceitar certa medida de responsabilidade quanto às queixas legítimas. Considere algumas das acusações mais comuns:

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Como Lidar com Assaltantes

A chave para lidar com assaltantes é evitar ser vulnerável. Como comentou um inspetor de polícia de Leeds, Inglaterra: “O assalto é o negócio do oportunista, é disso que você deve lembrar-se.” Assim, se as circunstâncias o obrigarem a passar por um local inseguro, fique alerta. Não dê oportunidade para os assaltantes o atacarem. Aja em harmonia com o princípio bíblico: “A pessoa sensata vê o perigo e se esconde; mas a insensata vai em frente e acaba mal.” — Provérbios 22:3, A Bíblia na Linguagem de Hoje.

Tente ver o que se passa mais adiante na rua, e, vez por outra, olhe para trás. Olhe bem adiante antes de entrar num quarteirão — anteveja o perigo. Tente evitar andar sozinho depois do anoitecer. Se estiver num local de reunião, espere algum amigo para voltarem juntos para casa. Ao dirigir seu carro, certifique-se de trancar todas as portas. Se não estiverem trancadas, um criminoso poderá facilmente entrar no carro quando você parar num semáforo.

Mas, como agir se, apesar de todas as precauções, subitamente se vir face a face com alguém que porta uma faca ou um revólver? Lembre-se: Sua prioridade é sua vida. Não há bem que exceda o valor dela. Assim, se o assaltante quer dinheiro, dê isso a ele. Alguns que moram em áreas perigosas levam ‘trocados para o assaltante’ — pequena quantia de dinheiro na carteira ou bolsa, para satisfazer ao assaltante.

Lembre-se também: Aja com calma. Fale de modo firme e com voz normal. Olhe a pessoa nos olhos, e tente fazer que ela continue olhando para você. Não pague na mesma moeda os insultos ou as ameaças. Aplique o conselho bíblico: “Uma resposta, quando branda, faz recuar o furor.” ‘Seja meigo para com todos.’ (Provérbios 15:1; 2 Timóteo 2:24) Mostre-se pronto a pedir desculpas, mesmo que não haja realmente do que se desculpar.

Que Dizer da Defesa Pessoal?

Embora muitas vezes se advoguem as artes marciais, seu emprego na defesa pessoal contra criminosos não é endossado como opção para a maioria das pessoas. A publicação Violence—A Guide for the Caring Professions (Violência — Guia Para as Profissões Que Cuidam dos Outros), explica:

“Geralmente há pouco apoio para o ensino de complexas artes de defesa pessoal, não só porque o principal objetivo do treinamento é encarado como prevenção, mas também devido à freqüente falta de praticabilidade. . . . Ademais, tais procedimentos podem limitar-se, em sua aplicação, a ambientes como os espaços confinados, atravancados, e, não raro, envolvem o aprendiz em danos e ferimentos consideravelmente maiores, nos treinos, do que aqueles a que ele seria submetido em toda a sua vida profissional de risco de ataque.”

Em Self Defence in Action (A Defesa Pessoal em Ação), Robert Clark, treinador nacional da Associação Britânica de Jiu-jítsu, vai além, dizendo: “Como todas as coisas aprendidas pela primeira vez, elas [as artes marciais] exigirão grande dose de esforço inicial antes que o desempenho se torne automático e possa ocorrer sem esforço consciente. Quando atacado, você simplesmente não tem tempo de pensar com que golpes deve revidar tal ataque.”

O “Suzy Lamplugh Trust”, uma instituição de caridade criada em memória duma mulher de 25 anos que desapareceu misteriosamente no curso de seu serviço secular em Londres, em 1986, recomenda igualmente a defesa pessoal como último recurso.

Se as artes marciais não são a solução para combater um ato inesperado de violência, qual será a solução?

Violência — poderá proteger-se

O MINISTÉRIO do Interior da Grã-Bretanha recentemente apresentou uma nova forma de treinamento para o serviço nas penitenciárias, chamada de “controle e restrição”. O treinamento se divide em três itens:

▪Controlar e restringir um indivíduo pelo trabalho de equipe.

▪Técnicas de fuga para membros da equipe que fiquem isolados.

▪Como lidar com a agressão concentrada, tais como os motins.

Tal curso “não visa uma forma agressiva de combate desarmado”, explica o porta-voz do Ministério do Interior. “Toda outra opção e meio de controle, e de se desarmar uma situação, deve ser tentada primeiro.” Em outras palavras: Evite o confronto! Quão válido é este modo de pensar?

Quando assaltantes armados entram em casa

Mas o que deverá fazer caso venha a se confrontar com assaltantes dentro de sua casa? Lembre-se de que sua vida é mais importante do que seus bens materiais. Jesus Cristo disse: “Não resistais àquele que é iníquo; mas, a quem te esbofetear a face direita, oferece-lhe também a outra. E, se alguém quiser . . . obter posse de tua roupa interior, deixa-o ter também a tua roupa exterior.” — Mateus 5:39, 40.

Esse é um conselho sábio. Embora os cristãos não sejam obrigados a dar informações sobre seus bens aos criminosos, é mais provável que os assaltantes se tornem violentos se perceberem que há resistência, que há falta de cooperação ou que estão sendo enganados. Muitos deles, “tendo ficado além de todo o senso moral”, são assim facilmente provocados a tomar atitudes violentas e cruéis. — Efésios 4:19.

Samuel mora num prédio de apartamentos. Os assaltantes cercaram o prédio e foram saqueando um apartamento após outro. Samuel ouviu tiros, portas sendo arrombadas e pessoas gritando, chorando e gemendo. Era impossível escapar. Samuel mandou sua esposa e seus três filhos ajoelhar no chão, ficar de mãos para o alto, fechar os olhos e esperar. Quando os assaltantes invadiram seu apartamento, Samuel conversou com eles olhando para o chão, sabendo que se olhasse para seus rostos, poderiam pensar que ele os identificaria mais tarde. “Entrem”, disse ele. “Peguem o que quiserem. Podem pegar qualquer coisa. Nós somos Testemunhas de Jeová e não resistiremos.” Isso surpreendeu os assaltantes. Durante aproximadamente uma hora, um total de 12 homens armados entraram no apartamento, em grupos. Embora tenham levado jóias, dinheiro e equipamentos eletrônicos, eles não bateram nem fizeram cortes com machetes em ninguém da família, o que haviam feito com outros moradores do prédio. Samuel e sua família agradeceram a Jeová por continuarem vivos.

Esse exemplo mostra que quando se trata de dinheiro e de coisas materiais, as vítimas que não resistem ao assalto podem reduzir a probabilidade de sofrerem ferimentos.

Às vezes, um testemunho cristão pode ser uma defesa contra sofrer ferimentos. Quando assaltantes entraram na casa de Ade, ele lhes disse: “Eu sei que as coisas são difíceis para vocês e que é por isso que estão neste ramo de trabalho. Como Testemunhas de Jeová, acreditamos que um dia todos terão o suficiente para comer e alimentar suas famílias. Todas as pessoas viverão em paz e felicidade sob o Reino de Deus.” Isso fez os assaltantes ficarem menos agressivos. Um deles disse: “Desculpe-nos por termos vindo à sua casa, mas você deve entender que estamos com fome.” Embora tenham levado as coisas de Ade, não tocaram nele nem em sua família.

Como reduzir a ameaça de assaltos

O sábio disse há muito: “A fartura do rico não o deixa dormir.” (Eclesiastes 5:12) Em outras palavras, os que têm muitas coisas podem ficar com tanto receio de perdê-las, que perdem o sono de preocupação.

Assim, uma maneira de reduzir não apenas a ansiedade, mas também a ameaça de assaltos, é evitar o acúmulo de uma grande quantidade de coisas caras. O apóstolo escreveu sob inspiração: “Tudo o que há no mundo — o desejo da carne, e o desejo dos olhos, e a ostentação dos meios de vida da pessoa — não se origina do Pai, mas origina-se do mundo.” (1 João 2:16) Os mesmos desejos que levam alguns a comprar coisas caras, levam outros a roubar. E a “ostentação dos meios de vida da pessoa” pode ser um convite para os que são propensos a roubar.

Além de evitar chamar a atenção, outra maneira de se proteger contra assaltos é demonstrar que você é um verdadeiro cristão. Se mostrar amor pelos outros, for honesto nos negócios e ativo no ministério cristão, poderá desenvolver na comunidade a reputação de que é uma boa pessoa e que merece respeito. (Gálatas 5:19-23) Essa reputação cristã poderá protegê-lo muito mais do que uma arma.

Quando assaltantes armados atacam

EM Ikoyi, uma área residencial privativa na África Ocidental, mansões tornaram-se fortalezas. Muitas têm muros de três metros de altura com ferros pontiagudos, cacos de vidro ou espirais de arame farpado em cima. Vigias controlam imponentes portões fechados com ferrolhos e trancas de ferro, correntes e cadeados. As janelas têm grades. Portões de aço separam os quartos do restante da casa. À noite, cachorros enormes — pastores alemães e rottweilers — são soltos de seus cercados. Luzes brilhantes afugentam a escuridão e sistemas de vigilância computadorizados soam um suave bip indicando que tudo está bem.

Ninguém duvida de que é preciso tornar suas casas seguras. Manchetes de jornais lamentam: “Assaltantes armados saqueiam comunidade”; “Assaltantes mirins tornam-se incontroláveis”; e “Gangues de rua invadem [bairro] e espalham pânico”. Esta é a situação em muitos países. Como a Bíblia predisse, realmente vivemos em tempos críticos. — 2 Timóteo 3:1.

Os índices de crimes, incluindo assalto à mão armada, estão aumentando em todo o mundo. Os governos têm cada vez menos capacidade ou vontade de proteger seus próprios cidadãos. Em alguns países, a polícia, que leva uma desvantagem numérica e enfrenta criminosos com maior poder de fogo, está mal-equipada para atender às chamadas. A maioria dos observadores relutam em se envolver.

Sem poder contar com a ajuda da polícia ou do público, as vítimas têm de defender-se sozinhas. Um ancião cristão, que mora num país em desenvolvimento, disse: “Se você gritar por socorro, será aleijado ou morto pelos assaltantes. Não conte com a ajuda de ninguém. Se alguém o ajudar, muito bem, mas não espere que isso aconteça nem peça ajuda, porque fazer isso poderá apenas atrair mais problemas.”

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Violência nos esportes e nas diversões

Os esportes e as diversões têm sido procurados como meio de distração ou de descontração, para reanimar a pessoa para as atividades mais sérias na vida. Atualmente, as diversões são uma indústria multibilionária. Para conseguir a maior parcela possível deste mercado lucrativo, os fornecedores não hesitam em recorrer a quaisquer meios à sua disposição. E um destes meios é a violência.

Por exemplo, a revista comercial Forbes noticiou que um fabricante de jogos eletrônicos possui um popular jogo de guerra em que um guerreiro arranca a cabeça e a espinha do seu oponente enquanto os espectadores repetem: “Acabe com ele! Acabe com ele!” No entanto, uma versão deste mesmo jogo, feita para uma firma competidora, não contém esta cena sanguinária. O resultado? A venda da versão mais violenta ultrapassa a de seu competidor na proporção de 3 para 2. E isto significa muito dinheiro. Quando as versões domésticas destes jogos começaram a surgir no mercado, as firmas ganharam no campo internacional US$ 65 milhões nas primeiras duas semanas. Quando se trata de obter lucro, a violência é apenas mais uma isca para pegar consumidores.

A violência nos esportes é um assunto bem diferente. Os jogadores muitas vezes se orgulham dos danos que conseguem causar. Por exemplo, em certo jogo de hóquei, em 1990, foram aplicadas 86 penalidades — um recorde. O jogo foi interrompido por três horas e meia devido a lesões corporais. Um jogador teve um osso facial fraturado, uma córnea arranhada e um corte. Por que tanta violência? Um jogador explicou: “Quando se ganha um jogo realmente emocionante, com muita luta, vai-se para casa sentindo-se um pouco mais achegado aos companheiros do time. Eu achava que as lutas tornavam o jogo realmente espiritual.” Em tantos dos esportes atuais, parece que a violência se tornou não apenas um meio para atingir um objetivo, mas o próprio objetivo.

Violência no local de trabalho

Longe de casa, tradicionalmente era no local de trabalho onde se encontrava ordem, respeito e civilidade. Mas parece que não é mais assim. Por exemplo, estatísticas divulgadas pelo Departamento de Justiça dos EUA mostram que a cada ano mais de 970.000 pessoas são vítimas de crimes violentos praticados no lugar de trabalho. Dito de outro modo, “os trabalhadores têm talvez uma chance em quatro de se tornarem vítimas de alguma forma de violência no trabalho”, segundo um relatório publicado pelo periódico Professional Safety—Journal of the American Society of Safety Engineers.

O que mais perturba é que a violência no local de trabalho não se limita a altercações e calúnias. “A violência dirigida especificamente contra patrões e contra empregados por parte de outros empregados tornou-se agora a categoria de homicídio de aumento mais rápido nos EUA”, diz o mesmo relatório. Em 1992, 1 em 6 mortes relacionadas com o trabalho era homicídio; no caso das mulheres, o número era quase 1 em 2. Não se pode negar que o local de trabalho, antes ordeiro, está sendo inundado por uma onda de violência.

Violência no lar

Por muito tempo o lar tem sido considerado o abrigo seguro da pessoa. Este quadro idílico, porém, está mudando rapidamente. A violência na família, incluindo abusos praticados contra crianças, o espancamento do cônjuge e homicídios são manchetes em todo o mundo.

Por exemplo, “pelo menos 750.000 crianças, na Grã-Bretanha, podem sofrer traumas duradouros por terem ficado expostas à violência doméstica”, diz o periódico Manchester Guardian Weekly. Este relato baseava-se numa pesquisa que notou também que “três de cada quatro mulheres entrevistadas disseram que seus filhos tinham presenciado incidentes de violência e que quase dois terços dos filhos viram a mãe ser espancada”. De forma similar, segundo o periódico U.S.News & World Report, a Consultoria Para Crianças Vítimas de Maus-Tratos e Negligência dos EUA calcula que “2.000 crianças, na maioria de menos de 4 anos, morrem cada ano às mãos de pais ou de guardiães”. Este número é superior ao das mortes causadas por acidentes de trânsito, por afogamento ou por quedas, diz o relatório.

A violência doméstica inclui também maus-tratos infligidos ao cônjuge, abrangendo desde empurrões ou sacudidas, até bofetadas, chutes, sufocamento, espancamento, ameaças com faca ou revólver, ou mesmo a morte. E hoje em dia, esta forma de violência é praticada por ambas as partes. Um estudo verificou que, dentre os relatos de violência entre os casados, cerca de um quarto dos casos são originados pelo homem, outro quarto, pela mulher, e o restante pode ser descrito melhor como brigas em que ambos têm culpa.

Há violência em toda a parte

SENTADO no carro à espera da mudança do sinal de tráfego, o motorista notou de repente um homem grande vir em sua direção, gritando obscenidades e sacudindo o punho no ar. O motorista trancou às pressas as portas e fechou os vidros, mas o homem grande continuou a aproximar-se. Pegando o carro por baixo, o homem sacudiu-o e puxou pela porta. Por fim, frustrado, ergueu seu grande punho e socou com ele o pára-brisas, estilhaçando-o.

Trata-se da cena dum filme de ação? Não! Foi uma disputa de tráfego na ilha Oahu, no Havaí, conhecida pelo seu ambiente tranqüilo e descontraído.

Isso não é surpresa. Trancas nas portas, grades nas janelas, seguranças nos prédios e mesmo letreiros em ônibus, dizendo “O motorista não leva dinheiro” — indicam todos a mesma coisa: há violência em toda a parte!