sábado, 28 de agosto de 2010

Violência nos esportes e nas diversões

Os esportes e as diversões têm sido procurados como meio de distração ou de descontração, para reanimar a pessoa para as atividades mais sérias na vida. Atualmente, as diversões são uma indústria multibilionária. Para conseguir a maior parcela possível deste mercado lucrativo, os fornecedores não hesitam em recorrer a quaisquer meios à sua disposição. E um destes meios é a violência.
Por exemplo, a revista comercial Forbes noticiou que um fabricante de jogos eletrônicos possui um popular jogo de guerra em que um guerreiro arranca a cabeça e a espinha do seu oponente enquanto os espectadores repetem: “Acabe com ele! Acabe com ele!” No entanto, uma versão deste mesmo jogo, feita para uma firma competidora, não contém esta cena sanguinária. O resultado? A venda da versão mais violenta ultrapassa a de seu competidor na proporção de 3 para 2. E isto significa muito dinheiro. Quando as versões domésticas destes jogos começaram a surgir no mercado, as firmas ganharam no campo internacional US$ 65 milhões nas primeiras duas semanas. Quando se trata de obter lucro, a violência é apenas mais uma isca para pegar consumidores.
A violência nos esportes é um assunto bem diferente. Os jogadores muitas vezes se orgulham dos danos que conseguem causar. Por exemplo, em certo jogo de hóquei, em 1990, foram aplicadas 86 penalidades — um recorde. O jogo foi interrompido por três horas e meia devido a lesões corporais. Um jogador teve um osso facial fraturado, uma córnea arranhada e um corte. Por que tanta violência? Um jogador explicou: “Quando se ganha um jogo realmente emocionante, com muita luta, vai-se para casa sentindo-se um pouco mais achegado aos companheiros do time. Eu achava que as lutas tornavam o jogo realmente espiritual.” Em tantos dos esportes atuais, parece que a violência se tornou não apenas um meio para atingir um objetivo, mas o próprio objetivo.

Violência no local de trabalho

Longe de casa, tradicionalmente era no local de trabalho onde se encontrava ordem, respeito e civilidade. Mas parece que não é mais assim. Por exemplo, estatísticas divulgadas pelo Departamento de Justiça dos EUA mostram que a cada ano mais de 970.000 pessoas são vítimas de crimes violentos praticados no lugar de trabalho. Dito de outro modo, “os trabalhadores têm talvez uma chance em quatro de se tornarem vítimas de alguma forma de violência no trabalho”, segundo um relatório publicado pelo periódico Professional Safety—Journal of the American Society of Safety Engineers.
O que mais perturba é que a violência no local de trabalho não se limita a altercações e calúnias. “A violência dirigida especificamente contra patrões e contra empregados por parte de outros empregados tornou-se agora a categoria de homicídio de aumento mais rápido nos EUA”, diz o mesmo relatório. Em 1992, 1 em 6 mortes relacionadas com o trabalho era homicídio; no caso das mulheres, o número era quase 1 em 2. Não se pode negar que o local de trabalho, antes ordeiro, está sendo inundado por uma onda de violência.

Violência no lar

Por muito tempo o lar tem sido considerado o abrigo seguro da pessoa. Este quadro idílico, porém, está mudando rapidamente. A violência na família, incluindo abusos praticados contra crianças, o espancamento do cônjuge e homicídios são manchetes em todo o mundo.
Por exemplo, “pelo menos 750.000 crianças, na Grã-Bretanha, podem sofrer traumas duradouros por terem ficado expostas à violência doméstica”, diz o periódico Manchester Guardian Weekly. Este relato baseava-se numa pesquisa que notou também que “três de cada quatro mulheres entrevistadas disseram que seus filhos tinham presenciado incidentes de violência e que quase dois terços dos filhos viram a mãe ser espancada”. De forma similar, segundo o periódico U.S.News & World Report, a Consultoria Para Crianças Vítimas de Maus-Tratos e Negligência dos EUA calcula que “2.000 crianças, na maioria de menos de 4 anos, morrem cada ano às mãos de pais ou de guardiães”. Este número é superior ao das mortes causadas por acidentes de trânsito, por afogamento ou por quedas, diz o relatório.
A violência doméstica inclui também maus-tratos infligidos ao cônjuge, abrangendo desde empurrões ou sacudidas, até bofetadas, chutes, sufocamento, espancamento, ameaças com faca ou revólver, ou mesmo a morte. E hoje em dia, esta forma de violência é praticada por ambas as partes. Um estudo verificou que, dentre os relatos de violência entre os casados, cerca de um quarto dos casos são originados pelo homem, outro quarto, pela mulher, e o restante pode ser descrito melhor como brigas em que ambos têm culpa.

Há violência em toda a parte

SENTADO no carro à espera da mudança do sinal de tráfego, o motorista notou de repente um homem grande vir em sua direção, gritando obscenidades e sacudindo o punho no ar. O motorista trancou às pressas as portas e fechou os vidros, mas o homem grande continuou a aproximar-se. Pegando o carro por baixo, o homem sacudiu-o e puxou pela porta. Por fim, frustrado, ergueu seu grande punho e socou com ele o pára-brisas, estilhaçando-o.
Trata-se da cena dum filme de ação? Não! Foi uma disputa de tráfego na ilha Oahu, no Havaí, conhecida pelo seu ambiente tranqüilo e descontraído.
Isso não é surpresa. Trancas nas portas, grades nas janelas, seguranças nos prédios e mesmo letreiros em ônibus, dizendo “O motorista não leva dinheiro” — indicam todos a mesma coisa: há violência em toda a parte!

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Aumento Internacional do Crime

◆ “O Brasil . . . ”, lemos, “parece engolfado numa onda de violência e de crime”.

◆ A Alemanha Ocidental relata: Os crimes que envolvem narcóticos aumentaram nada menos de 238% entre 1969 e 1970.

◆ O crime na Dinamarca aumentou em 99 por cento na década de 60.

◆ O Sunday Times do leste da Austrália noticiou, em agosto de 1972: “A incidência do crime violento na Austrália Ocidental quase que dobrou nos últimos 12 meses. E não existe uma razão evidente, plausível, para tal aumento ‘incrível’.” E, do outro lado do continente, observa o Herald de Melbourne: “Os crimes de violência [desde 1960] por vitorianos com menos de 21 anos subiram . . . 187,9%. O número de vitorianos com menos de 21 anos cresceu . . . no mesmo período . . . 29,6%.”

◆ “Na África e na América Latina”, diz um relatório da ONU, Crime Prevention and Control (Prevenção Contra o Crime e Controle), “o mesmo tipo de quadro pode ser feito . . . Durante os anos 60, o crime [em certo país africano] mais do que dobrou, alguns tipos de crime grave aparentemente triplicaram, e, conforme declarado em seu Plano de Desenvolvimento, ‘este problema mui provavelmente aumentará, ao invés de diminuir’”.

◆ A taxa de crimes no Japão parece pequena em comparação com as nações ocidentais. Mas, referindo-se aos crimes recentes, o Daily Yomiuri de Tóquio disse: “São pavorosos e, ainda assim, indicam os graves rompimentos que ocorrem nas relações da sociedade japonesa.”

◆ Israel, relata o Times de Nova Iorque, teve um aumento geral de 35% no crime, nos últimos cinco anos; as invasões de domicílio aumentaram 200 por cento.

◆ Na Província de Kwangtung, China comunista, o descontentamento entre os jovens, segundo noticiado, levou a “um surto de crime em Cantão”, inclusive lutas de bandos.

Não é surpresa que, ao analisar a situação internacional do crime o Secretário-Geral da ONU, K. Waldheim, concluísse:

“Apesar do progresso material, a vida humana jamais provou maior senso de insegurança do que experimenta hoje. . . . Assim, há ampla e crescente evidência de uma crise de crimes de consideráveis proporções.”

Sim, estes relatórios mostram que o crime está aumentando.

Aumentam realmente os crimes?

O QUE acha? Diminuem os crimes, como afirmam alguns? Então, o que dizer desta declaração recente do Chefe de Polícia de Los Angeles, Califórnia, EUA, E. M. Davis:

“Há dez anos atrás, os criminosos eram colocados atrás das grades e as pessoas procuravam a felicidade pelas ruas.

“Hoje em dia, as pessoas estão trancadas em suas casas e em seus escritórios, e os criminosos estão procurando a felicidade pelas ruas.

Isso parece colidir com o conceito de que o crime diminui, não parece? Então, quais são os fatos — Diminuem ou aumentam os crimes? Considere o seguinte:

É verdade que, em determinado país, por curtos períodos ocasionais, o crime talvez não aumente tanto quanto fez num curto período similar. Não obstante, isso não significa que diminui no quadro geral. R. Egan comenta no National Observer: “Certo locutor de rádio duma estação de Washington, D. C., anunciou, duma forma que parecia reverente, que ‘o crime em 1971 subiu apenas 7 por cento’. Apenas. . . . O ponto a recordar é que a taxa de crimes ainda está aumentando.”

Em 1971, havia cerca de seis milhões de crimes graves relatados nos EUA; em 1960 havia menos de dois milhões. Na década de 60, a população aumentou 13 por cento, enquanto o assassinato aumentou 70%, o estupro 113% e o roubo 212%. A delinqüência juvenil subiu 148% no mesmo período. Mas, tais números só contam parte da história!

A maioria dos crimes jamais são esclarecidos. As possibilidades de se pegar um mediano invasor de domicílio “não são melhores do que 1 em cada 50”, segundo certo professor de direito de Harvard. R. M. Cipes suscita uma pergunta pertinente em seu livro The Crime War (A Guerra ao Crime):

“Se muitos criminosos não são apanhados, por que presumir que aqueles que conseguimos apanhar são os mais perigosos? Em certo sentido, a probabilidade é oposta: os mais inteligentes e astuciosos ofensores talvez sejam aqueles que mais provavelmente evitem ser apanhados.”

Ademais, muitos crimes jamais são comunicados à Polícia. Lá em 1967, a Comissão Presidencial Sobre o Crime dos EUA relatou que ocorrem de três a dez vezes mais crimes do que são deveras denunciados à Polícia. Mas, qual é o quadro geral do crime no resto do mundo?

terça-feira, 17 de agosto de 2010

O Que Dizer da Reforma?

É claro que nenhuma destas condições leva a reformar a pessoa. Mas, o que dizer dos programas de reabilitação, tais como o de adquirir novas perícias de trabalho? Podem contrabalançar essas outras influências negativas?

O consenso até entre as autoridades carcerárias é Não. Admitem candidamente que se aprendem poucas perícias úteis, que o trabalho é monótono e enfadonho e que não há realmente nenhum programa sensato para se melhorar a condição mental do prisioneiro, que é a chave para a reforma.

O Post de Nova Iorque, de 18 de setembro de 1971, citou o Ministro Presidente Burger, do Supremo Tribunal dos EUA, como afirmando: “Poucas prisões hodiernas dispõem até mesmo de um programa de treinamento mínimo de educação ou vocacional para condicionar o presidiário à sua volta à sociedade como um ser humano útil e que sustenta a si mesmo.”

O Guardian Weekly da Inglaterra publicou recentemente uma carta de um presidiário que fora liberto recentemente de um termo de prisão ali. Disse: “Era insalutarmente apinhada e as dependências sanitárias eram tão escassas que ‘imunda’, no pior sentido possível, é a única palavra para descrevê-la. . . . Uma sentença de prisão talvez seja uma humilhação, uma degradação, e uma nódoa para o orgulho e caráter da pessoa . . . O que não é de nenhuma maneira, forma ou sentido é um período reformativo para o criminoso, ou um preventivo contra outros crimes.”

Tal avaliação se baseia em evidência de todos os lados. As prisões modernas não impedem o crime, visto que ‘explode’ em quase todo país da terra. E as prisões não fazem aquilo que os reformadores esperavam, não reabilitam os criminosos para vidas mais úteis após retornarem ao convívio da sociedade. Conforme disse U.S. News & World Report, de 27 de setembro de 1971: “O fracasso das prisões em reformar criminosos é evidenciado pelas estatísticas que mostram que cerca de 80 por cento de todos os crimes capitais [crimes graves] são cometidos por ‘reincidentes’.”

Condições Carcerárias

Não pode haver dúvida de que as condições carcerárias em geral melhoraram muito em comparação com os horrores de um século ou dois atrás. Todavia, são as condições tais que têm bom efeito sobre as pessoas, aprimorando seu conceito mental?

O Senador Edward Brooke, de Massachusetts, EUA, declarou que ‘as condições carcerárias são quase que universalmente deploráveis e têm um efeito desumanizante’. O Deputado William Anderson, de Tennessee, EUA, declarou: “O sistema de correções dos EUA é uma completa desgraça nacional.”

As autoridades federais que percorreram uma penitenciária estadual de Virgínia do Oeste a chamaram de “desastre completo” e de “pesadelo custodial”. A violência era grandemente incontrolável. Drogas e o álcool prevaleciam. Um promotor público disse sobre a prisão: “É absolutamente insensato enviar um homem para aquela prisão, porque irá sair pior do que foi.”

O Chronicle de São Francisco noticiou o caso de uma das testemunhas de Jeová que estava presa por causa de sua objeção de consciência à guerra. Certo dia, este homem que amava a paz observou um distúrbio em outra cela. Mais tarde, vieram os guardas e surraram os presos, inclusive a Testemunha! O jornal dizia: “Apertaram-lhe o pescoço e feriram-no na garganta e daí o levaram para o fim do corredor, onde ‘os espancamentos brutais e desumanos dados a outros presos eram tais que ele não conseguiu ficar olhando’ e virou a cabeça.” Acusou um guarda de também espancá-lo no olho e na têmpora com um cassetete. Foi então lançado na solitária e mantido ali sem cuidados médicos. Todavia, não estava nem sequer envolvido no distúrbio original.

Também, por causa da não disponibilidade de membros do sexo oposto, o homossexualismo grassa nas prisões para homens, assim como o lesbianismo nas prisões para mulheres. São comuns as violações homossexuais em massa. No livro I Chose Prison (Escolhi a Prisão), antiga autoridade carcerária federal afirma sobre este assunto: “Ninguém conseguiu apresentar uma solução para o problema.”

No Canadá, o Star de Windsor noticia que, depois de uma investigação do problema, vinte e três juízes ficaram “atônitos” com o que descobriram. O jornal declarava: “Antigos presidiários têm relatado às comissões oficiais que é quase impossível um jovem escapar do ataque sexual por qualquer período de tempo em quase todas as prisões através do país. ‘Acontece a toda hora’, afirma John Tennant, que passou 13 anos atrás das grades. ‘Tenho visto rapazes serem atacados por três ou quatro presidiários uma noite após outra.’”

Para as mulheres, a vida carcerária também pode ser desmoralizante. A limitação dos movimentos, os pequenos pormenores da vida na prisão, a regulação estrita do horário, os contatos infreqüentes com os entes queridos, a ameaça de imoralidade sexual, tudo é deprimente ao extremo.

Krishna Nehru Hutheesing, irmã do anterior primeiro-ministro da Índia, falou de sua permanência numa prisão indiana, acusada de violações políticas há alguns anos atrás: “Verifiquei a falta do calor humano, a forma insolente de se dirigirem a nós, e a atmosfera opressiva do lugar, às vezes quase que insuportável.” Falou de uma vida “cheia de ameaças, violência, baixezas e corrupção, e havia sempre as maldições bradadas de um lado e o servilismo do outro. Uma pessoa dotada de qualquer sensibilidade se acharia num estado de contínua tensão, com os nervos à flor da pele”.

A respeito das crianças enviadas a centros de detenção pelo juizado de menores, o Times de Nova Iorque, de 27 de julho de 1971, noticiou: “No centro de detenção, é encarcerado junto com crianças que cometeram homicídios, roubos, assaltos e outros crimes. Prevalece o homossexualismo. Na tentativa de solucionar um problema, o tribunal o coloca numa situação que só pode levar a mais problemas.”

Atingem as prisões os seus alvos?

NÃO, o conceito de prisão como castigo para impedir as pessoas de cometer crimes não funcionou realmente. Com efeito, o crime cresceu.

Nem foram beneficiados aqueles que cumpriram sentenças. Usualmente, a prisão teve efeito negativo. Isto era irônico, pois a Sociedade prendeu o ofensor por ele ser ruim à sociedade, mas, devido ao lastimável ambiente carcerário, o ofensor usualmente se tornou pior. Daí, foi libertado, voltando ao convívio da sociedade, não raro para acabar sendo preso de novo por um termo mais longo!

Nos tempos mais recentes, a idéia básica sobre prisões sofreu considerável mudança. A nova idéia promovida pelos reformadores sinceros era de fazer a reabilitação, a reforma dos presos, um dos alvos principais da vida carcerária. O confinamento era considerado um castigo suficiente em si mesmo. Nenhum mau-trato físico deveria ser infligido ao preso, como com freqüência era o caso antes.

James Bennett, antigo diretor das prisões federais dos EUA durante vinte e sete anos, disse a respeito de se abandonar o castigo físico, dentro deste novo conceito: “As autoridades do sistema federal se proíbe estritamente de usar qualquer coisa parecida à ação direta ou qualquer coisa que possa ser entendida como castigo físico, contudo. Não usam, em parte, porque isto é indesejável e também porque é menos eficaz do que a remoção de privilégios, a mudança de serviço, ou o cancelamento de visitas prezadas.”

Os presos não-cooperativos também poderão perder ‘créditos de boa conduta’ que os tornariam elegíveis mais cedo ao livramento condicional, resultando numa permanência maior na prisão. O temor desta perda, segundo se pensava, seria um estímulo ao bom comportamento.

Mas, além de se abandonar a brutalidade e de se melhorarem as condições de vida, em que se basearia a reabilitação? Supostamente em ensinar ao preso a desviar-se de seu proceder intratável através da educação correta. Isso significaria treiná-lo em novas perícias de trabalho, de modo que, ao ser liberto, seria um membro mais útil à sociedade.

Aconteceu isto realmente? Atingem as prisões modernas tais alvos?

terça-feira, 10 de agosto de 2010

A eliminação do crime mediante a lei — é possível?

Uma Lição Ensinada Pela Lei Mosaica

O CÓDIGO penal varia grandemente através do mundo. Todavia, existe uma similaridade geral entre eles quanto ao que é considerado crime, e à relativa seriedade dos crimes. Ao passo que Deus forneceu a lei mosaica a Israel e a nenhuma outra nação, muitas das leis das nações refletem os princípios da lei mosaica. Sua similaridade é devida, parcialmente, a que alguns governos realmente se fundamentaram na lei mosaica.

Os estatutos não influenciados por tal lei dada à nação de Israel também contêm similaridades, pelo motivo, segundo explicado pelo apóstolo Paulo, de que “sempre que pessoas das nações, que não têm lei, fazem por natureza as coisas da lei, tais pessoas, embora não tenham lei, são uma lei para si mesmas. Elas é que são quem demonstra que a matéria da lei está escrita nos seus corações, ao passo que a sua consciência lhes dá testemunho e nos seus próprios pensamentos são acusadas ou até mesmo desculpadas.” — Rom. 2:14, 15.

Uma enquête das penalidades para crimes específicos, conforme a legislação dos governos em ampla área terrestre, revela que o crime de homicídio é quase sempre considerado o mais grave, trazendo a maior pena. O peso relativo dos outros crimes é graduado, na maior parte, numa forma bem similar à da lei mosaica. Nos 19 países pesquisados, as penas para alguns dos crimes mais graves são indicadas na tabela acima.

Alguns dos países pesquisados incluem provisões legais para a compensação ou reparação a vítima. Os bens roubados, se encontrados pela polícia, são devolvidos. Em alguns países, exige-se que o ladrão ou larápio faça uma compensação; em outros, as vítimas podem processá-lo em busca de compensação, com boas perspectivas de uma decisão favorável dos tribunais. A severidade das penas varia segundo as circunstâncias em que o crime foi cometido, tal como a idade dos infratores, a influência das condições econômicas, os costumes, as práticas tradicionais, etc. Nos países pesquisados, em que existe a pena de morte, é infligida por enforcamento, por garroteamento ou por pelotão de fuzilamento.

Interessante “Julgamento Simulado”

E se um médico concordar em praticar um homicídio piedoso? Deve o médico verse obrigado a responder a um processo de homicídio qualificado ou de homicídio simples? Tudo que fez, raciocina o médico, foi poupar o sofrimento intenso dum homem que, pelo que parecia, iria morrer de qualquer jeito. Mas, segundo a lei da maioria dos países, tal medida é homicídio qualificado. Deviam tais leis ser alteradas?

Este assunto afluiu à discussão na recente Conferência Mundial de Direito, realizada em Manila, nas Filipinas, e a que compareceram advogados de todo o mundo. O tema da conferência era “Proteção Internacional Legal aos Direitos Humanos”. Um dos direitos que recebeu ênfase especial foi o “direito humano de morrer”. Isso queria dizer o direito de exigir a morte para evitar a dor e o sofrimento. A conferência forneceu boa oportunidade de se ver o que os homens da classe jurídica pensam sobre um assunto tão altamente carregado de emocionalismo.

Considerou-se a eutanásia sob a forma dum julgamento simulado. Os argumentos se focalizaram no senhor hipotético que foi mencionado no início deste artigo. Três advogados, um de Israel, um de Bangladesh e um das Filipinas, argüíram a favor do processo. Houve um total de cinco juízes, procedentes do Canadá, Filipinas, Senegal, Tanzania e Tailândia. Os advogados tinham de manifestar-se a favor ou contra o homicídio piedoso, usando como base o suposto senhor de 80 anos. Daí, os juízes fariam sua decisão.

A Eutanásia — o que dizem os advogados?

Do correspondente de “Despertai!” nas Filipinas

IMAGINE só um senhor, de 80 anos, que é informado por seu médico de que é portador duma doença incurável. Diz-se-lhe que, dali em diante, seu quadro clínico se agravará. Haverá crescente dor e a perda gradual das funções orgânicas. Há drogas que amainarão sua agonia por certo tempo, mas, nos estádios finais, tal senhor sofrerá grandes dores até morrer. E, depois que as graves dores começarem, a morte poderá distar vários meses.

O paciente reage por firmar um documento em que solicita formalmente que seu médico lhe administre uma injeção que produzirá rapidamente a morte quando a dor se tornar insuportável. As pessoas se referem a tal ação como “homicídio piedoso” ou eutanásia (do grego, “boa morte”). A eutanásia “ativa” ou “positiva” significa apressar a morte por venenos ou de algum outro modo. O homicídio piedoso “passivo” ou “negativo” se refere a permitir que uma pessoa doente, na fase terminal, morra sem começar ou continuar a usar um tratamento “extraordinário”, que apenas adiaria a morte por breve tempo.

Até recentes anos, a maioria dos médicos provavelmente se recusariam a atender a pedidos de homicídios piedosos. Últimamente, contudo, parece ter havido uma mudança do ponto de vista em alguns setores. Uma autoridade médica distrital da Suécia, em data recente, recomendou a abertura de uma “clínica de suicídios”, onde os idosos, os gravemente enfermos, e outros desafortunados poderiam “solicitar ajuda para morrer”. Muitos se manifestam a favor da eutanásia.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Fácil acesso a armas destrutivas

Conforme mencionado no artigo anterior, um único atirador na Tasmânia, Austrália, matou 35 pessoas e feriu 19. Ele utilizou armas semi-automáticas de uso militar. Isso leva muitos a concluir que o acesso fácil a tais armas é outro fator no aumento de crimes violentos.

Um relatório indica que no Japão ocorreram apenas 32 homicídios com armas de fogo, em 1995, na maioria deles bandido matando bandido. Nos Estados Unidos, porém, ocorreram mais de 15.000 casos. Por que essa diferença? Alguns apontam como uma das razões as estritas leis sobre o porte de armas no Japão.

Drogas

Nos Estados Unidos, o índice de homicídios cometidos por adolescentes triplicou num período de oito anos. Qual é um dos fatores, segundo os especialistas? As gangues, em especial as envolvidas com o crack, um subproduto da cocaína. Entre mais de 500 homicídios recentes em Los Angeles, Califórnia, “segundo a polícia, 75% se relacionavam com gangues”.

Um relatório da Academia do FBI declarou: “O número de casos de homicídios relacionados com drogas é anormalmente elevado.” O abuso de drogas distorce o raciocínio de algumas pessoas e as leva a matar. Outras usam a violência em defesa de seu controle do narcotráfico. Obviamente, as drogas constituem um fator poderoso que influencia pessoas a cometer atos terríveis.

A mídia e a violência

Alguns apontam a evidência de que vários meios de comunicação modernos podem estimular a conduta agressiva. Argumenta-se que a exposição regular à violência retratada na televisão, nos filmes, nos jogos eletrônicos e na internet pode cauterizar a consciência e inspirar crimes violentos. O Dr. Daniel Borenstein, presidente da Associação Americana de Psiquiatria, declarou: “Já existem mais de 1.000 estudos, baseados em mais de 30 anos de pesquisas, que demonstram uma relação de causa e efeito entre a violência na mídia e o comportamento agressivo de algumas crianças.” Perante uma comissão do Senado americano, o Dr. Borenstein afirmou: “Estamos convencidos de que a repetida exposição à violência como meio de entretenimento, em todas as suas formas, tem significativas implicações na saúde pública.” — Veja o quadro “Jogos de computador violentos — o ponto de vista de um médico”.

Muitas vezes são mencionados casos específicos em apoio do acima. No caso do atirador que matou a sangue frio o casal que observava o nascer do sol na praia, mencionado no artigo anterior, os promotores apresentaram evidência de que o desejo de matar por emoção tinha ligação com o fato de o jovem ter assistido várias vezes a um filme violento. E, segundo depoimentos, os dois alunos que mataram 15 pessoas a tiros numa escola costumavam brincar, por horas a fio todos os dias, com jogos eletrônicos violentos. Além disso, assistiam repetidas vezes a filmes que glorificavam a violência e a matança.

Grupos e cultos de ódio

As evidências indicam que alguns grupos ou cultos de ódio têm tido forte influência na prática de certos crimes. Em Indiana, EUA, um rapaz negro de 19 anos saiu de um shopping center e se dirigia a pé para casa. Momentos depois, jazia ao lado da rua com uma bala na cabeça. Ele havia sido alvejado por outro rapaz que o escolheu a esmo. Por quê? O assassino alegadamente queria ingressar numa organização de supremacia branca e granjear o direito a uma tatuagem em forma de teia de aranha por ter matado uma pessoa negra.

O ataque com gás nervoso no metrô de Tóquio, em 1995; o suicídio em massa em Jonestown, Guiana e as mortes na Suíça, no Canadá e na França de 69 membros da Ordem do Templo Solar ocorreram todos sob inspiração de cultos. Tais exemplos ilustram a forte influência de certos grupos sobre o modo de pensar de algumas pessoas. Líderes carismáticos têm levado pessoas a fazer coisas “inimagináveis” tentando-as com alguma suposta recompensa.

Ruptura da vida familiar

Um redator de Despertai! perguntou a Marianito Panganiban, porta-voz do Departamento Nacional de Investigações das Filipinas, a respeito da formação dos que cometem crimes extremos. Ele comentou: “Eles vêm de famílias desfeitas. Carecem de cuidados e de amor. A fibra moral dessas pessoas entra em colapso, por lhes faltar orientação e, assim, se desencaminham.” Muitos pesquisadores afirmam que relações familiares péssimas e um histórico de violência na família são comuns entre criminosos agressivos.

O Centro Nacional de Análise de Crimes Violentos, dos EUA, publicou um relatório alistando fatores que poderiam identificar jovens com potencial de cometer crimes de morte na escola. Estão incluídos os seguintes fatores familiares: relação pai—filho conturbada, pais incapazes de reconhecer problemas nos filhos, falta de achego, pais que estabelecem poucos (ou nenhum) limites para a conduta dos filhos e crianças extremamente retraídas, que levam uma vida dupla, ocultando dos pais uma parte de sua vida.

Muitas crianças hoje são vítimas da ruptura familiar. Outras têm pais que dispõem de pouco tempo para elas. Milhares de jovens cresceram sem orientação moral e familiar adequada. Alguns estudiosos acham que situações assim podem produzir crianças que não desenvolvem a capacidade de interagir com outros, o que lhes facilita cometer crimes contra o próximo, muitas vezes sem remorso.

Por que fazem essas coisas?

Não existe um fator único que explique essa variedade de violência insana. O que dificulta entender alguns crimes é sua natureza irracional. Por exemplo, é difícil entender por que alguém mataria a facadas pessoas totalmente desconhecidas, ou por que alguém passaria de carro atirando a esmo contra uma casa.

Há quem afirme que a violência é inerente ao ser humano. Outros argumentam que os crimes insanos não podem ser explicados como parte inevitável da natureza humana. — Veja o quadro “Predestinados à violência?”

Muitos especialistas acreditam na existência de várias circunstâncias e fatores catalisadores que levam pessoas a cometer atos irracionais e violentos. Um relatório da Academia do FBI (Departamento Federal de Investigações), dos Estados Unidos, chega a dizer: “O homicídio não é um ato praticado por um indivíduo equilibrado e racional.” Alguns especialistas discordam do fraseado dessa afirmação, mas muitos concordam com o que ela implica. Por alguma razão, o modo de pensar dos praticantes de crimes sem sentido não é normal. Algo afetou seu raciocínio a ponto de praticarem o inimaginável. Que fatores levam pessoas a cometerem tais atos? Examinemos várias possibilidades mencionadas por especialistas.

Por que tantos crimes violentos?

TODOS os crimes são perversos. Mas crimes aleatórios, ou sem causa específica, são mais difíceis de entender. Serem cometidos muitas vezes sem motivo óbvio desafia os investigadores. Com a grande melhora nos meios de comunicação de massa nos anos recentes, esses crimes terríveis chegam ao conhecimento de milhões, ou até mesmo bilhões, de pessoas em questão de horas. Um relatório da Organização Mundial da Saúde diz que “a violência afeta todos os continentes, todos os países e a maioria das comunidades”.

Mesmo em lugares que em anos passados eram considerados relativamente seguros tem havido mais casos de violência sem sentido. O Japão, por exemplo, por muito tempo teve um baixo índice de crimes violentos. No entanto, em Ikeda, em junho de 2001, certo homem com uma faca de açougueiro invadiu uma escola para atacar as pessoas. Em 15 minutos, matou 8 crianças e feriu 15. Acrescentando isso a outros relatos do Japão, como o de jovens que matam desconhecidos pelo simples prazer de matar, chega-se à conclusão óbvia de que as coisas mudaram.

Mesmo em países de alta incidência de crimes, certos atos insanos revoltam a opinião pública. Foi assim depois do ataque de 11 de setembro de 2001 ao World Trade Center, em Nova York. O psicólogo Gerard Bailes disse: “Esse ataque transformou o mundo num lugar totalmente desconhecido e perigoso, em que não se pode predizer o que vai acontecer.”