sexta-feira, 23 de abril de 2010

Confrontada com a ameaça de estupro

“ESTUPRO: O Crime de Mais Rápido Aumento.” Este era o título de um artigo publicado por uma das principais revistas femininas dos Estados Unidos no verão setentrional de 1973.

Não pode haver dúvida da exatidão dessa declaração. A cidade de Nova Iorque presenciou um aumento de quase 40% em 1972, em comparação com 1971. Seattle, Washington, testemunhou um aumento de 400% desde 1963. E estas são as estatísticas apesar de que, segundo cálculos conservadores, de 75 a 80 por cento dos estupros não são comunicados à polícia.

O estupro é a relação sexual ilícita sem o consentimento da mulher e é efetuado à força. Muitas vezes resulta em doença venérea, gravidez indesejada ou num dano físico por toda a vida. Ademais, tem-se dito que “psicologicamente, o estupro é o mais traumático dos crimes contra as mulheres, e, para muitas vítimas, a investigação policial que se segue é ainda mais abaladora” — sem dúvida sendo esta uma das razões por que mais estupros não são comunicados à polícia. “Situa-se em primeiro lugar na lista de crimes que a mulher teme, e em último na lista de crimes sobre os quais a vítima deseja falar”, afirma certo relatório, e “jamais é esquecido pelas mulheres envolvidas”. Como disse certo oficial de polícia de Nova Iorque: “É preciso ser mulher para entender o choque que a vítima de estupro sente.” — Time, 23 de abril de 1973.

O que pode fazer a mulher se confrontada com um estuprador? O Superintendente-Auxiliar do Departamento de Polícia de Boston. J. M. Jordan, declarou que um “grito longo e alto” pode ser a melhor arma da mulher: Um artigo que ensinava às mulheres como rechaçar tais ataques concluía com similar conselho: “A técnica é simplesmente surpreender seu atacante, de modo que possa sair correndo; tente rechaçar, e não provocar, uma luta até o fim. E grite, grite, grite tão alto quanto possa.” — Revista McCall’s, julho de 1973.

Grite! Grite! Grite! Será isso bom conselho? Certamente que é. Exatamente quão bom é este conselho pode ser depreendido do que aconteceu em 12 de novembro de 1973 em um dos maiores hotéis de Brooklyn.

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