sexta-feira, 23 de abril de 2010

Os perigos nas cidades

As primeiras cidades foram construídas provavelmente para prover proteção, mas muitas pessoas hoje as encaram como zonas de perigo. O que antes era considerado como refúgio tornou-se amedrontador. Centros comerciais abarrotados são locais ideais para a ação de assaltantes e, em algumas cidades, é perigoso entrar em bairros pobres que têm pouca iluminação e pouco policiamento.

O medo nem sempre é exagerado; é assustador o número de pessoas que morrem violentamente. Segundo um relatório da Organização Mundial da Saúde, a cada ano 1,6 milhão de pessoas no mundo todo morre por causa da violência. Na África, de cada 100 mil pessoas, calcula-se que por ano 60,9 morrem de forma violenta.

Muitas pessoas, lugares e organizações que antes eram considerados seguros são agora encarados como uma ameaça à segurança. Por exemplo, muitos playgrounds, escolas e lojas são agora considerados locais perigosos, onde há muita criminalidade. Em alguns casos líderes religiosos, assistentes sociais e professores — pessoas que deveriam dar proteção — traíram a confiança depositada neles. Relatos de que alguns desses abusam de crianças fazem com que os pais tenham medo de deixar seus filhos aos cuidados de outros. Espera-se que a polícia proteja as pessoas, mas em algumas cidades são comuns a corrupção na polícia e o abuso de poder. E que dizer das forças de “segurança”? Em alguns países, muitos não conseguem esquecer as guerras civis, quando perderam pessoas queridas, levadas pelos militares. Portanto, em várias partes do mundo, a polícia e os soldados contribuem para o aumento do clima de medo, em vez de diminuí-lo.

O livro Citizens of Fear — Urban Violence in Latin America (Cidadãos do Medo — Violência Urbana na América Latina), diz: “Cidadãos que moram nas capitais da América Latina vivem constantemente com medo, em meio a algumas das condições mais perigosas da Terra. Nessa vasta região, cerca de 140 mil pessoas por ano morrem violentamente, e 1 em cada 3 cidadãos tem sido direta ou indiretamente vítima de violência.” Também, em outras partes da Terra, protestos políticos ocorrem freqüentemente nas capitais. Quando esses protestos se tornam violentos, muitas pessoas aproveitam-se do tumulto para saquear lojas, resultando num caos total. As pessoas que estão na cidade a negócios podem facilmente ver-se encurraladas no meio de uma multidão enfurecida.

Em muitos países formou-se um grande abismo entre os padrões de vida dos ricos e dos pobres, resultando em rancor. Multidões de pessoas que se sentem privadas das necessidades básicas saqueiam os bairros exclusivos da elite. Em algumas cidades isso ainda não acontece, mas a situação se parece com uma bomba-relógio prestes a explodir — ninguém sabe quando.

Como se não bastasse a ameaça de ladrões e de revolucionários, existem outras causas para o aumento do clima de medo.

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