terça-feira, 1 de junho de 2010

Por Que Isto Acontece

Por que há tal aumento no terrorismo? Bill Moyers, antigo ajudante do presidente, disse na revista Harper’s: “Em cem comunidades em toda parte do país, numa época de violência, ninguém — as comissões presidenciais, as agências estaduais, a polícia, os próprios participantes — poderia dizer com autoridade: ‘Esta é a razão por que isto acontece.’”

Todavia, há fatores envolvidos que podem ser compreendidos. Por exemplo, no que tange aos ataques em Cairo, a revista Newsweek noticiou que eram “um ato aparente de retaliação a supostos ataques policiais contra os moradores pretos”. Comentou que militantes brancos “enfureceram os elementos pretos por realizar patrulhas regulares, do tipo dos vigilantes, pelas comunidades negras. Desta vez parecia ser a vez dos pretos de exacerbar a tensão”.

O Tenente William McCoy, do departamento de polícia de Detroit, mencionou as instruções impressas distribuídas entre os militantes pretos. As instruções diziam: Quando um grupo de autodefesa avança contra este sistema opressivo por executar um poção [policial] por qualquer meio — tiro de franco-atirador, punhalada bomba, etc. — em defesa contra os 400 anos de brutalidade racista e assassinato, isto só pode ser definido como autodefesa.” Assim, a razão principal que os “revolucionários” pretos fornecem para suas atividades é o ressentimento contra o tratamento recebido por eles durante centúrias de escravidão, preconceito e maus tratos.

Há, também, numerosos grupos de “revolucionários” brancos. Qual é seu alvo? Quando os repórteres têm oportunidade de falar com alguns deles, tornam claro que trabalham para derrotar a ordem estabelecida, inclusive o arranjo governamental. Mas, não se fornece nenhum quadro claro do que propõem em substituição.

O que isto tem de ver com os ataques aos policiais por tais grupos ou pessoas? Certo tenente da polícia disse: “O policial é o símbolo mais visível do estabelecimento, e da justiça que representa. Os que atiram nos policiais fazem isso porque não podem atingir o Prefeito, o Presidente, ou até mesmo a esposa deles para satisfazer seus anseios patológicos de vingar-se de alguém.”

Acham-se estes grupos “revolucionários”, tanto pretos com brancos, sob qualquer direção ou controle central? O Procurador-Geral dos EUA, John Mitchell, descreveu-os como conspiração desagregada de grupos radicais e anarquistas dedicados à destruição das instituições estadunidenses. William C. Sullivan, ajudante do diretor do Departamento Federal de Investigações, disse que o FBI não possui evidência de que qualquer grupo, inclusive o Partido Comunista, seja responsável pela crescente desordem.

Um “revolucionário” disse a um repórter de Newsweek: “Tem-se de dizer ao povo que não somos realmente um bando de assassinos comunistas disfarçados. Queremos as mudanças agora. E não temos nada à nossa disposição senão a violência. Não podemos sequer fazer demonstrações sem receber cacetadas e gás lacrimogêneo. Ora, se não podemos viver em paz, então os ricos não podem viver em paz. Haverá uma guerra geral dentro de um ano.” Disse que um terço de seu grupo era constituído de veteranos da guerra do Vietnã que usava seu treino militar com armas e explosivos para fins revolucionários.

Quão séria é a situação, na opinião das autoridades? Certa autoridade veterana do Ministério da Justiça descrevera da seguinte forma: “Temos de encarar a questão, estamos no que equivale a uma guerrilha com a moçada. E, até agora, a moçada está vencendo.” Muitos dentre a “moçada” são filhos de pais da classe média. Consideram-se “patriotas da contracultura” e não criminosos. Assemelham suas atividades aos revolucionários que derrotaram a regência britânica sobre as colônias norte-americanas, levando à Declaração de Independência em 1776.

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